Agro X Meio Ambiente • atualizado em 15/06/2023 às 15:49

Em entrevistas à veículos de Goiás, Lula fala de racionalidade com políticas agrícola e ambiental

Presidente vem ao estado nesta sexta-feira (16) para inauguração da Ferrovia Norte-Sul, em Rio Verde
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Ricardo Stuckert)
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante entrevistas à veículos de comunicação de Goiás nesta quinta-feira (15), que é preciso racionalidade com as políticas agrícola e ambiental. O petista disse que o problema do setor do agronegócio com o governo atual é ideológico e não de gestão.

Segundo o presidente, ele não trabalha para agradar determinados setores, mas para criar condições de trabalho para todos os brasileiros, inclusive o agronegócio. Lula citou que o setor foi muito beneficiado em seus governos anteriores, com recursos e condições de crédito.

“Eu tenho noção do que nós fizemos, eu tenho noção que o problema deles conosco é ideológico, não é um problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Nós vamos fazer um bom Plano Safra porque nós queremos que a agricultura brasileira continue produzindo, continue plantando cada vez mais para continuarmos exportando cada vez mais”, disse Lula. “O que está em jogo é a gente recuperar a capacidade produtiva desse país e aumentar essa capacidade produtiva sem desmatamento e sem queimada na Amazônia”, acrescentou.

Segundo o presidente, é preciso recuperar os 30 milhões de hectares de terras degradas para “dobrar a nossa produção agrícola”.

Ele cobrou racionalidade do setor para que a política internacional do país não fique prejudicada. Lula lembrou que ontem (14) o parlamento da França vetou o acordo Mercosul-União Europeia (UE) porque quer mudança no comportamento brasileiro com relação a agricultura. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. Uma tramitação que envolve 31 países.

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“É preciso que a gente tenha consciência da racionalidade que tem que prevalecer na nossa política internacional. Ontem, o parlamento francês disse que não vai votar o acordo Mercosul-União Europeia por causa da quantidade de veneno utilizado nos produtos agrícolas brasileiros. É importante a gente levar em conta que ser racional, cuidar da agricultura de boa qualidade, é uma necessidade competitiva do Brasil pra China e para França, para os Estados Unidos e para Alemanha e é assim que eu quero tratar o agronegócio”, afirmou Lula.

Ele destacou ainda que o cuidado do governo envolve também os pequenos produtores rurais que produzem os alimentos que vão direto à mesa, citando o estabelecimento de uma política de preço mínimo para a produção. “Esta gente também tem que ser tratada com muito respeito, porque se um do agronegócio tem um valor extraordinário para produzir commodities pra gente exportar, o outro tem uma extraordinária coragem de plantar aquilo que a gente vai comer”, disse.

Para o presidente, o produtor rural sério tem responsabilidade com o meio ambiente. “Aquela pessoa que vive da produção e da exportação sabe que será prejudicial para os seus negócios a gente extravasar em queimadas, entrar em terras que não podem entrar e poluir rio que a gente não pode poluir. Todo agricultor inteligente e todo agricultor de bom senso sabe que a preservação ambiental é um valor a mais para os produtos que a gente está produzindo para exportar”, afirmou.

Lula disse ainda que o governo será “muito duro” na fiscalização e na punição das pessoas que cometem crimes ambientais e, por outro lado, tratará decentemente aqueles que estão cumprindo a lei, “aqueles que sabem que a preservação é um valor a mais nos produtos que nós fazemos nesse país”.

O presidente vem ao estado de Goiás nesta sexta-feira (16) para inauguração da Ferrovia Norte-Sul, em Rio Verde. Para a ocasião, o deputado federal Rubens Otoni (PT) afirmou, em entrevista ao Diário de Goiás, que Lula não tem receio de uma recepção jocosa em uma região que majoritariamente apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições em 2022.

“Se houvesse [algum receio], ele não iria”, destacou. Rio Verde entregou 61,90% dos votos ao ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições em 2022. Lula recebeu a confiança de 38,10% do eleitorado rioverdense. Na mesma região, em Jataí, o governador conservador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) já chegou a ser vaiado pelo eleitor bolsonarista.

Com informações da Agência Brasil


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