Auditoria interna da Agência levantou indícios para trabalho de investigação da PCGO, que cumpriu mandados de busca e apreensão, prisões temporárias, bloqueio de bens e sequestro de ativos financeiros dos investigados
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) colaborou com a Polícia Civil de Goiás (PCGO) para a deflagração da Operação Rastreio Falso, na última terça-feira (14/10) pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR). A ação teve início após a Agência identificar movimentações atípicas no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago), durante auditoria interna, e acionar as autoridades policiais.
É a terceira fase de uma série de investigações relacionadas a emissões fraudulentas de Guias de Trânsito Animal (GTAs). As outras duas etapas foram denominadas de operações Paper Ox I, realizada em abril de 2024, e Paper Ox II, em julho de 2025. As três fases já resultaram em mais de R$ 140 milhões em ativos financeiros bloqueados.
Segundo o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, as informações que embasaram a Operação Rastreio Falso partiram do trabalho de inteligência da instituição. “As informações surgiram das nossas auditorias. Temos um setor de inteligência dentro da Agrodefesa que trabalha com o sistema. Todo o rebanho goiano está cadastrado no Sidago, e, a partir dele, conseguimos identificar movimentações irregulares, além de receber informações de campo dos nossos fiscais e denúncias. A partir disso, levantamos os relatórios e encaminhamos à Polícia Civil para as devidas apurações”, explicou ele.
“Nosso papel é preservar o patrimônio econômico e garantir a manutenção dos mercados para os nossos produtos. Exportamos para diversos estados e países, e nossa carne é reconhecida mundialmente pela qualidade e sustentabilidade. Garantir a segurança do nosso sistema e a integridade das informações é um compromisso e uma responsabilidade da Agrodefesa com o produtor e com o Estado de Goiás”, reforçou o presidente.
Leia Também
Ramos também alertou os produtores sobre o cuidado com as credenciais de acesso ao Sidago. “Qualquer movimentação é feita por meio de login e senha. Quando o produtor compartilha esses dados com terceiros, ele vulnerabiliza o seu próprio patrimônio”, pontuou.
Movimentação
De acordo com o delegado Thales Feitosa de Araújo Fonseca, as investigações da DERCR revelaram a participação de um servidor público do município de Luziânia que era cedido à Agrodefesa. “Identificamos que esse servidor cometeu as fraudes durante o período em que atuou na Agência. Com as investigações, quebra de sigilo bancário e telemático, além de relatórios de inteligência financeira, verificamos que ele movimentou, junto a um corretor de gado, mais de R$ 100 mil”, relatou o delegado.
Exonerado antes mesmo do início das investigações, o ex-servidor foi preso temporariamente na última terça-feira (14/10), durante a Operação Rastreio Falso. Também foram cumpridas medidas judiciais de busca e apreensão, bloqueio de ativos financeiros e sequestro de bens, bem como outras diligências que deverão permanecer sob sigilo para preservar o andamento das investigações.
Fotos: PCGO e Agrodefesa
Leia mais sobre: Governo de Goiás / Agropecuária
Altair Tavares

Editor do Ciberjornal que sucedeu desde fevereiro de 2025 todo o conteúdo do blog www.altairtavares.com.br . Atuante no webjornalismo desde 2000. Repórter, comentarista e analista de política. Perfil nas redes sociais: @altairtavares