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Pacientes relatam medo após ginecologista investigado por crimes sexuais ser solto em Anápolis

Nicodemos Junior nega os abusos e disse que mensagens e comentários com as mulheres eram uma espécie de “brincadeira”. (Foto: Reprodução / Instagram).

Após o ginecologista que está sendo investigado por crimes sexuais contra várias pacientes, ser solto por decisão da justiça, vítimas relatam medo e insegurança. Segundo a delegada Isabella Joy, algumas delas que estavam com depoimento marcado não foram à delegacia após o médico ganhar a liberdade. 

Nicodemos Junior nega os abusos e disse que mensagens e comentários com as mulheres eram uma espécie de “brincadeira”. Uma das vítimas que prestou depoimento relatou que está muito abalada após ele ter deixado o presídio, em Anápolis.

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“Eu fiquei em choque, entrei em crise de ansiedade, chorei muito. Tenho medo de ele fazer alguma coisa com a gente. Que ele possa voltar para a prisão, porque eu realmente não entendi porque ele foi solto”, relata a vítima.

O ginecologista foi preso em 29 de setembro, depois que três pacientes o denunciou. A partir dai,  outras 50 mulheres procuraram a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher para prestar depoimentos dizendo que também sofreram algum tipo de abuso ou assédio por parte do ginecologista.

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Na última segunda-feira (4), o ginecologista  ganhou liberdade provisória. Nicodemos está usando tornozeleira eletrônica, não pode entrar em contato com as vítimas e nem fazer consultas.

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Ainda no dia em que foi preso, foi feito busca e apreensão em sua residência, na ocasião a Polícia Civil apreendeu um cofre, onde estavam duas armas guardadas, ambas com as licenças vencidas e o médico receberá multa administrativa.

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O Ministério Público de Goiás (MPGO), recorreu da decisão de soltura do médico. No documento, a promotora de Justiça Camila Fernandes Mendonça apontou que, se for mantida a prisão preventiva do médico, isso poderá possibilitar novas denúncias. Até o momento o pedido segue ainda em fae de análise, o que não aconteceu.

Comentários

Várias pacientes relatam diversos tipos de comportamentos e comentários com conotações sexuais por parte do médico. Uma das vítimas disse que, durante uma consulta no ano passado, o ginecologista elogiou seus olhos e também o órgão sexual dela. Logo em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido.

“Eu fiquei congelada e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vai acontecer”, relata.

Uma outra vítima, disse que também foi abusada pelo médico durante um atendimento. Segundo ela, só criou coragem de falar do caso após a prisão do médico.

“Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão da parte íntima dele, sabe?”, disse a paciente.

Em meio a tantas denúncias, está também uma vítima que na época tinha apenas 12 anos. Hoje, com 20 anos ela procurou a Polícia Civil para relatar que foi abusada quando era adolescente. A vítima relata que durante o atendimento, o médico a sugeriu a leitura de material pornográfico.

“Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar. Me mostrou histórias em quadrinho pornô e vídeos. Me mandando os links e quais eu podia assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou nele, na parte íntima dele”, disse.

Ginecologista nega assédios

Nicodemos Júnior nega que tenha assediado as pacientes. Ele disse que comentários feitos com pacientes em aplicativos de mensagens eram “brincadeira” e admitiu que isso foi um erro.

“É muito complexo. Eu brinco com algumas coisas. Às vezes, nisso, eu pequei, realmente. Mas, nunca, em nenhum momento, eu toquei em uma paciente com objetivo de ter prazer sexual ou de fazer ela ter um prazer sexual, porque o objetivo ali é o exame físico”, conta o médico.

Sobre as mensagens trocadas com pacientes, o ginecologista admitiu que pode ter feito alguma “brincadeira” de forma inadequada. O médico é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

“Muitas vezes, elas falam, ‘olha, doutor, eu fiz alguma coisa assim, será que vai acontecer alguma coisa?’. Um erro meu, concordo, brinco no WhatsApp, comento alguma coisa de uma forma inadequada. Concordo que eu fiz isso, nisso eu estou errado”, admitiu.

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Leonardo Calazenço: