Goiânia, Aparecida, Trindade e mais outras 10 cidades da região Metropolitana da capital irão entrar em lockdown a partir da próxima segunda-feira (01/03). O fechamento total das atividades consideradas não-essenciais foi definido após reunião que o prefeito de Goiânia Rogério Cruz teve com Gustavo Mendanha (prefeito de Aparecida de Goiânia) e o governador Ronaldo Caiado (DEM) nesta sexta-feira (26/02).
Além de gestores e representantes de Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Abadia de Goiás, Bela Vista, Bonfinópolis, Caldazinha, Goianira, Hidrolândia, Nerópolis, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo e Trindade, participaram ainda secretários; representantes de diversos segmentos; o presidente da Câmara, Romário Policarpo; o deputado federal João Campos; representantes do setor produtivo, Sandro Mabel (Fieg), Marcelo Baiocchi (Fecomércio) e Rubens Fileti (Acieg); representantes da Região da 44; entre outras autoridades. Todas entidades empresariais apoiaram a medida como fruto do diálogo feito pelos prefeitos Rogério Cruz e Gustavo Mendanha, previamente.
A tendência é que o lockdown imponha restrições a todas as atividades mantendo apenas as consideradas essenciais como supermercados, farmácias e toda a rede que abastece esses estabelecimentos via setor industrial, mas isso só será definido após uma reunião entre os secretários de saúde da Região Metropolitana que deverá ser realizada ainda hoje (26). A divulgação dos documentos será realizada amanhã (27) às 14h pelos prefeitos no Palácio das Esmeraldas, junto com o governador Ronaldo Caiado.
O prefeito Rogério Cruz explicou que as conversas foram “francas, claras e abertas” junto aos prefeitos das cidades do entorno de Goiânia. Segundo o republicano, os secretários de Saúde dos municípios que vão entrar no mesmo decreto irão se reunir por videoconferência ainda hoje para definir os termos e as normativas do texto.
“Estamos pensando em um lockdown a priori pelos sete dias para todas as cidades do Estado de Goiás, mas isso será definido na reunião que teremos ainda hoje. Hoje teremos várias reuniões. Secretários estarão decidindo juntos para que amanhã tenhamos uma posição mais concreta. Porém, hoje, na reunião, o desejo de acordo com a condição que estamos vivendo hoje. Não só em Goiânia, não só em Aparecida mas no Estado de Goiás, é que comece o lockdown a partir da próxima semana na segunda-feira (01)”, destacou o republicano.
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“Precisamos agir hoje para não enfrentar uma situação pior amanhã”, defendeu o prefeito de Goiânia. A decisão conjunta visa evitar colapso na saúde. Hoje, a testagem de antígeno da Covid-19, realizada semanalmente pela Prefeitura de Goiânia, registrou 16,7% de resultados positivos, demonstrando que os números de infectados na capital vêm aumentando mais do que na primeira onda da pandemia. É o maior desde o pico da pandemia em agosto de 2020, quando o percentual foi de 15,7%.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, frisou que o instinto de sobrevivência motivou a iniciativa conjunta desta sexta-feira (26/2). “Não é uma decisão fácil, sou filho de comerciantes e já cheguei a ser ameaçado por três vezes”, relatou, ao defender que não há espaço para o medo neste momento de recrudescimento da pandemia. “Estamos buscando o entendimento dentro da razoabilidade. Nosso temor é que pessoas morram afogadas sem respiradores por conta da Covid-19”, assinalou.
O governador Ronaldo Caiado, por sua vez, lembrou que a nova variante em circulação no estado tem surpreendido por sua capacidade de contaminação. “Não é nada parecido com a primeira onda. Não tivemos uma situação como a atual em que estamos desativando centros cirúrgicos para transformar em leitos de UTIs”, alertou o governador.
O secretário municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, defendeu que a decisão não pode ser mais postergada. “Na quarta-feira (24/2), o município de Goiânia passou a madrugada com um (01) leito de enfermaria e tínhamos pacientes em uma UPA de Aparecida aguardando vagas”, contou o titular da SMS.
Durval Pedroso relembrou o diálogo da prefeitura com o setor produtivo na última semana, ocasião em que foi possível demonstrar a situação atual e todas as ações envolvendo a logística para abertura de leitos e demais medidas adotadas pelo município. “Mostramos que abrimos 52 leitos em menos de 20 dias. E alertamos que, em certo momento, não teríamos como aumentar leitos e não teríamos pessoas para trabalhar”, relatou.
Ainda de acordo com o secretário, o colapso na saúde se avizinha desde a última quarta-feira (24/2). A avaliação foi referendada pelo presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, que falou em nome do Fórum Empresarial. “A realidade foge da nossa vontade, como empresários não queremos fechar, mas como cidadãos ficamos até constrangidos diante da situação apresentada”, declarou Baiocchi.
Medidas mais duras precisam ser tomadas
“Vejo que o bom senso é o que está prevalecendo e não podemos fugir disso. A falta de leitos e o alto número de contaminação nos mostra que medidas duras precisam ser tomadas”, disse Baiocchi. Ele pediu que a situação seja reavaliada a cada sete dias, e que sejam discutidas medidas paliativas quando a situação epidemiológica assim permitir. “Nós, do Fórum Empresarial, estamos aqui para dar apoio ao nosso Estado de Goiás, a Região Metropolitana e para Goiânia”, arrematou.
VEJA O VÍDEO DE DIVULGAÇÃO DO LOCKDOWN EM GOIÁS COM A REPORTAGEM DO DIÁRIO DE GOIÁS
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