A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia, identificou que uma linhagem da variante gamma da Covid-19 tem crescido no município: a P.1.7, que já alcança a média de 48% de prevalência nas últimas sete semanas, correspondendo a 60% das amostras analisadas entre os dias 15 e 21 de agosto. De acordo com a SMS, eles estão monitorando a situação da gamma no município.
O secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, disse que essa nova linhagem da gamma, tem se mostrado com uma importante capacidade de disseminação. ”Ainda não é possível dizer se ela é mais letal e se causa mais internações, mas estamos acompanhando sua evolução com preocupação”, afirma Alessandro.
O secretário ainda destaca que a estabilidade da prevalência da variante delta não é motivo para tranquilidade: ”Apesar de todos os esforços na contenção e rastreamento dos casos, já existe transmissão comunitária da variante delta em Aparecida. Por isso, precisamos estar atentos porque em outros lugares do mundo ela se mostrou muito contagiosa”, disse.
Análises feitas na semana passada pela a SMS, demonstram que a prevalência da variante Delta se mantém estável, na casa dos 8%, com 26 casos confirmados até agora. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), do início de julho para cá, duas variantes de preocupação internacional circulam pela cidade: delta e gamma.
O médico e diretor do laboratório que realiza os sequenciamentos de Aparecida, Fernando Vinhal, acredita que nas próximas semanas será possível acompanhar uma verdadeira disputa entre as variantes delta e gamma P.1.7.
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Como a cidade realiza testagem em massa desde abril do ano passado, Aparecida conta com mais de 364 mil amostras disponíveis, um banco de dados muito rico que passou a ser objeto de estudo pelo Programa de Sequenciamento Genômico da Prefeitura. Assim, toda semana, a SMS seleciona amostras para serem analisadas.
O Programa, que analisa a informação genética contida nas amostras selecionadas, é considerado a maior estratégia de vigilância genômica já realizada em uma cidade brasileira segundo a plataforma internacional GISAID, entidade com banco de dados sobre genomas de vírus.
Erika Lopes, diretora de Avaliação de Políticas de Saúde de Aparecida, explica que enquanto o Covid-19 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. ”Como algumas variantes têm um maior poder de adaptação gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico, é muito importante identificar e monitorar a circulação do vírus. Assim, teremos condições de entender o seu comportamento e traçar ações de combate”, completa.