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Black Friday dá descontos imperdíveis? Veja dicas para não cair em golpes

Superintendente do Procon dá dicas para não cair em furada na Black Friday (Foto: EBC)

À medida que a Black Friday vai se aproximando, lojas físicas e pela internet vão organizando promoções prévias como “esquenta” o ‘dia D’ que este ano acontecerá no próximo 27 de novembro. “É um momento ímpar porque o desconto da Black Friday é um desconto muito interessante, muito vantajoso”, pontua o superintendente do Procon Goiânia, Walter Silva.

O superintendente destaca que trata-se de um dia extremamente oportuno para efetuar boas compras com preços convidativos. “Então precisa de dar uma olhada direitinho, relacionar os produtos que você precisa essencialmente. Aproveitar para comprar aquilo que está se fazendo falta, quer seja em eletrônicos, vestuário, produto para casa, presentinho para os filhos, etc”, explica destacando que muitas lojas reduzem o preço pela metade. “Ou até um pouco menos”, ressalta.

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Mas ao mesmo tempo que surgem excelentes promoções com preços muito interessantes, amplia-se às possibilidades de fraudes, golpes e ‘promoções fantasiosas’ como às conhecidas por ‘metade do dobro’ onde o produto é vendido pelo mesmo preço praticado anteriormente, mas com um inexistente desconto de 50% do valor. 

Segundo dados do Procon, durante a Black Friday de 2019, foram fiscalizadas 61 lojas e 12 estabelecimentos foram autuados por propaganda enganosa. Este ano, o Procon também pretende realizar um monitoramento prévio algumas semanas antes da Black Friday para auxiliar o consumidor à não cair em possíveis encantos de alguma propaganda enganosa. “Nós estamos preparando esse ano uma pesquisa de preço com antecedência e no dia vamos estar nas lojas conferindo os preços que estavam expostos e os preços praticados no dia da Black Friday. Isso para assegurar ao consumidor uma compra tranquila e justa.” 

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Mas o consumidor também pode ficar atento e também tomar alguns cuidados para uma realizar uma boa negociação junto ao estabelecimento. O superintendente destaca alguns pontos a serem levados em conta antes da compra efetuada.

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Pesquisar o preço com antecedência

Silva destaca a importância de se fazer uma lista do que se precisa antecipadamente, para não se confundir no emaranhado de promoções e fazer dívidas além da conta. “É preciso que tenha uma lista dos itens que deseja comprar e fazer o calculo seguro do tanto que você pode gastar sem comprometer as outras obrigações que nós temos dentro da nossa casa.” 

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Feito a lista prévia, talvez o ponto mais importante para se evitar cair em possíveis fraudes, golpes ou propagandas enganosas é monitorar os preços desde já. “Pesquisar o preço com antecedência porque você irá guardar o preço, o tipo do produto para que a pessoa seja um fiscal de não permitir um comerciante esperto, aumentar repentinamente e até gradualmente para baixar no fim de novembro e dizer que baixou, etc.” 

Walter orienta que se possível, é importante fazer uma lista com as condições ofertadas e até mesmo registrar o preço do produto por fotografia. “É preciso que se faça com antecedência. Descrever direitinho o bem que você quer comprar, o preço, as condições que está sendo oferecido, para impedir, se puder até fotografar será bom porque é um documento que você fica com ele”. O superintendente destaca que o registro e às provas de um possível preço abusivo podem servir como ferramentas para a loja vender com o desconto real na negociação.

“No ano passado eu tive a felicidade de fazer algumas lojas do centro e pude resolver alguns casos em que o consumidor trouxe à prova. Hoje o celular faz parte integrante da nossa vida cotidiana. E o cliente fotografou, guardou aquilo e deu sorte que eu estava numa das grandes lojas e ele foi reclamar para o fiscal, ele nos mostrou, eu procurei o gerente da loja e conseguimos provar que ele estava vendo o produto com o preço superior naquele dia sendo vendido como oferta da Black Friday”, explicou. O gerente da loja no fim das contas, teve de vender o produto com o desconto ofertado no dia da Black Friday sobre o preço catalogado dias antes, quando a mercadoria estava sendo vendida em seu valor cotidiano. A propaganda enganosa foi revelada e a loja não teve outra alternativa.

Caso a loja que esteja insistindo na propaganda enganosa, mesmo com a comprovação documental apresentada pelo cliente, o Procon deverá ser acionado e abre o precedente para um processo ao estabelecimento junto ao Tribunal de Pequenas Causas. “O melhor fiscal para esse tipo de situação é o cliente”, define Walter. “O Procon tem como exigir que a empresa não brinque com o consumidor fazendo propaganda enganosa. Ele deve comunicar conosco.”

Não deixe de olhar o valor do frete!

Por vezes a loja física em Goiânia tem o produto mas ele será encomendado em outro centro de distribuição que fica em outra cidade. Outras vezes, a mercadoria é vendida pela internet à um preço extremamente baixo e convidativo, mas quando o frete é calculado, o consumidor falta pular da cadeira. “Muitas vezes o consumidor compra e negocia e aí vem o preço com o frete e tem algumas circunstâncias que o valor do frete inviabiliza o valor da compra. Olhe, o valor do frete, se será incluso, quanto será cobrado, para não ser apanhado de surpresa.”

É importante ficar atento ao valor que se cobra na transportadora e se for constatado um preço abusivo no que diz respeito ao frete, uma denúncia ao Procon pode ser realizada. “Sem nenhuma dúvida. Nós vamos agir com os meios que nós temos que nos facilita a fazer uma planilha direitinho para ser dentro do justo, dentro do legal.”

Em compras pela internet, por telefone ou à distância, a Lei do Consumidor prevê que o cliente possa desistir da compra em até sete dias após o recebimento da mercadoria, seja por quaisquer motivos, com a devolução total do dinheiro, inclusive o valor do frete. “Ele tem sete dias para arrepender da compra e receber o que pagou de volta integralmente”, destaca Walter.

Pandemia aumenta golpes na internet: cuidados à serem tomados

“Uma outra coisa também que o Procon Goiânia recomenda é que o consumidor pode recorrer pelo menos à dois sites que vão dar segurança a transação comercial: o Reclame Aqui e o consumidor.gov.br. Eles são boas fontes de referência e informações de quem está procedendo mal, quem está procedendo bem. Quem tem maior reclamação no mercado. Eles tem a lista completa”, ressalta Silva. 

A pandemia aumentou os golpes praticados pela internet e tem preocupado especialistas, por isso os cuidados devem ser redobrados. “Então, é importante consultar no Reclame Aqui ou no Consumidor.gov.br para fazer um negócio seguro, sem entrar o perigo de gastar o seu dinheiro e não receber o produto e depois ficar em dificuldade. Guarde todas as informações sobre o produto e o preço”, pontua.

O consumidor deverá acima de tudo ficar atento ao selo de segurança e antes de qualquer outra coisa, consultar se a loja tem sede e CNPJ. Caso não tenha e a compra for feita num estabelecimento como esses, dificilmente o Procon teria alguma autonomia na resolução do assunto. “Aí seria uma denúncia feita na Delegacia do Consumidor que tem o poder de investigação”, explica.

Veja outras dicas para uma compra segura junto à internet

1- Verifique se o site é protegido pelo certificado SSL, que são o cadeado no navegador, a letra S no HTTP e o Selo de Segurança, além de confirmar se o Certificado Digital foi emitido para o mesmo endereço web da página pesquisada.

2- Procure no site a identificação da loja, como razão social, CNPJ, endereço, telefone fixo e outras formas de contato, além do email.

3- Cuidado ao clicar em links recebidos por e-mail marketing. Veja se a extensão do destinatário do e-mail corresponde ao da loja. Esses links podem levar a sites que são cópias dos originais, mas que servem apenas para furtar seus dados.

4- Evite sites que exibem como forma de contato apenas um telefone celular.

5- Prefira fornecedores recomendados por amigos ou familiares ou que possuam também estabelecimento físico, para facilitar a localização da empresa, caso ocorra algum problema.

6- Prefira sites que tenham Sistema de Atendimento ao Consumidor (SAC).

7- Instale programa de antivírus e o firewall, sistema que impede a transmissão e/ou recepção de acessos nocivos ou não autorizados, e mantenha atualizados no computador.

8- Nunca realize transações online em lanhouses, cybercafés ou computadores públicos, pois podem não estar adequadamente protegidos.

9- Evite os horários de pico de acessos, quando as páginas ficam mais lentas e, no caso de dúvidas, entre em contato com o SAC e os canais de rede social da empresa.

Domingos Ketelbey: