Brasil • atualizado em 25/12/2024 às 15:18

Caiado critica decreto de segurança editado pelo Governo Lula “Engessamento das forças policiais”

Caiado defende maior autonomia dos estados na Segurança Pública
Caiado defende maior autonomia dos estados na Segurança Pública

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), manifestou forte oposição ao decreto editado pelo governo federal que disciplina o uso da força por agentes de segurança pública. A medida, que determina que a força letal só poderá ser empregada como último recurso, foi alvo de críticas contundentes do governador. Em suas redes sociais, Caiado afirmou que o decreto representa um “presente de Natal para o crime organizado” e que engessa as forças policiais.

O texto do decreto estabelece que “um recurso de força somente poderá ser empregado quando outros recursos de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos”. Segundo o Ministério da Justiça, a medida visa padronizar e humanizar as ações policiais, garantindo que ocorram de forma proporcional e dentro dos parâmetros do Estado Democrático de Direito.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, defendeu o decreto, afirmando que o uso progressivo da força deve ser implantado de forma racional e consciente. “Dentro do Estado Democrático de Direito, a força letal não pode ser a primeira reação das polícias. Só podemos usar a força letal em última instância”, ressaltou. O ministro também destacou que as abordagens policiais devem começar pelo diálogo e, se necessário, com o uso de algemas conforme regulamentações existentes.

Caiado, no entanto, criticou o decreto em outro aspecto: a vinculação do cumprimento das diretrizes à liberação de recursos federais. Segundo ele, o decreto impõe uma “chantagem” aos estados, já que o não cumprimento das normas pode resultar na perda de acesso a fundos de segurança e penitenciários. “Enquanto o crime organizado avança como uma metástase em todos os setores do país, o governo federal trabalha dia após dia para enfraquecer os mecanismos de defesa da nossa sociedade”, declarou o governador.

O decreto reacende o debate sobre segurança pública no Brasil, dividindo opiniões. Para o governo federal, a medida busca garantir abordagens mais humanizadas e respeitosas aos direitos humanos. Já críticos como Caiado veem a iniciativa como um obstáculo às operações policiais em um cenário de avanço do crime organizado. O impasse coloca em evidência os desafios de equilibrar a segurança pública e o respeito às garantias legais no país.

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