Brasil • atualizado em 17/10/2017 às 10:04

Caiado responde insinuações sobre licença médica causada por queda de uma mula

Ronaldo Caiado, senador, montado em uma de suas mulas (Foto Arquivo Pessoal)
Ronaldo Caiado, senador, montado em uma de suas mulas (Foto Arquivo Pessoal)

A repercussão do acidente que sofreu ao cair de uma mula, levou o senador Ronaldo Caiado a uma licença médica justamente no período de votação sobre o afastamento ou não do senador Aécio Neves (PSDB). Muitos eleitores insinuaram de uma oportunidade para que o senador goiano esteja ausente do processo que decide o futuro do senador mineiro.

No Facebook, Caiado reforçou que a fratura que sofreu é grave e que está com membros imobilizados. Ele afirmou que votaria a favor do afastamento de Aécio. ” Não compactuo com erros. Sou a favor do voto aberto e do respeito à decisão do STF. Ou seja: da manutenção do afastamento do senador Aécio Neves”, disse (Veja abaixo).

O acidente

O senador Caiado sofreu a queda de uma mula na tarde da última sexta feira, 13, em Mara Rosa, no interior de Goiás. Na noite daquele dia, foi transferido para um hospital em Goiânia. Ele é médico ortopedista.

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Destino de Aécio Neves será decido nesta terça, no Senado

Os senadores devem votar nesta terça-feira (17) o ofício do Supremo Tribunal Federal (STF) com as medidas cautelares contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG).  A votação vem após o STF ter decidido, na última quarta-feira (11), que medidas cautelares previstas no Código de Processo Penal e impostas a parlamentares têm de ser submetidas à análise da respectiva Casa legislativa (Câmara ou Senado) quando impedirem ou dificultarem o exercício do mandato.

A decisão do STF foi tomada no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.526, ajuizada pelos partidos Progressista (PP), Social Cristão (PSC) e Solidariedade (SD) no ano passado, após o afastamento do ex-deputado Eduardo Cunha do seu mandado, quando ele ainda exercia a presidência da Câmara.

O entendimento do Supremo será, agora, aplicado à decisão da Primeira Turma do STF, que, há duas semanas, determinou o afastamento do senador Aécio Neves do mandato e o seu recolhimento domiciliar noturno. Antes mesmo da definição do Supremo, o Plenário do Senado já havia marcado para o dia 17 a análise da Casa sobre o assunto.

Para a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), a decisão do STF é acertada e constitucional. Ela ressaltou que as Casas precisam julgar os parlamentares que cometeram ilícitos, para não haver a ideia de impunidade.

— Achei certo. O Congresso tem um papel, ele julga seus pares. E, portanto, precisa julgar. Político não pode, só porque tem uma parcela de poder institucional, achar que não tem que responder — disse a senadora.

O senador Lasier Martins (PSD-RS), por sua vez, diz acreditar que o Supremo se equivocou. Para ele, a decisão foi negociada entre os presidentes da Câmara, do Senado e o STF. Apesar de considerar a palavra forte, o senador disse que o tribunal “se acovardou um pouco”.

— Ora, para os parlamentares foi uma maravilha, foi excelente. É um privilégio a mais, é uma prerrogativa extraordinária. Por uma questão de espírito de corpo, os parlamentares terão sempre, ou quase sempre, a compreensão de seus colegas. Então, eu acho que foi ruim esse julgamento — argumentou o senador, que defendeu a aprovação de uma PEC, da qual é autor, para  que o STF seja constituído por juristas de carreira, em vez de uma corte formada por indicações.

Antes do julgamento, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) havia falado que uma decisão do STF sobre a não-aplicação das medidas cautelares a parlamentares representaria um golpe mortal em qualquer investigação. Para o senador Roberto Requião (PMDB-PR), o Senado deve agora apoiar o afastamento, sob o risco de se desmoralizar. De acordo com ele, cabe à Casa legislativa mostrar que não é complacente com a corrupção.

Conselho de Ética

Senadores do PT, como Humberto Costa (PE) e Paulo Paim (RS), manifestaram voto a favor do afastamento de Aécio. Paim declarou que votará por questão de coerência, assim como fez com o senador petista Delcídio do Amaral, afastado em 2016.

Além dos votos pelo afastamento, o PT também aposta na atuação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra Aécio Neves. O partido abriu uma nova representação contra o senador no colegiado. A primeira representação, do PSOL e da Rede, foi arquivada em junho pelo presidente do conselho, senador João Alberto Souza (PMDB-MA). Ele argumentou que  as provas apresentadas na representação eram recortes de jornais, de revistas e fitas gravadas que não diziam nada que culpasse o senador.


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