A pandemia de coronavírus pode impedir a realização do Carnaval de Salvador em 2021. O prefeito da cidade, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), disse que hoje é impossível pensar num evento com tamanha aglomeração de pessoas e ressaltou que a festa só estará garantida se houver como imunizar a população.
“Se até lá houver uma vacina, e a gente espera que haja, esse assunto vai estar inteiramente resolvido. Se não houver, vai ser preciso analisar num momento mais próximo do futuro quais são as condições de transmissões do vírus, quais são as restrições que ainda precisarão acontecer em 2021”, afirmou em entrevista ao Poder em Foco, no SBT, que vai ao ar neste domingo (03), logo após o Programa Silvio Santos.
ACM Neto ressaltou que o Carnaval reúne cerca de 3 milhões de pessoas pelas ruas de Salvador. “As pessoas se abraçando, se beijando, é muito contato físico. Aliás, essa é uma característica de Salvador e dos baianos o contato físico. Eu tenho alertado a população que infelizmente, neste momento, não é possível ter perspectivas otimistas”, lamentou.
Mesmo se a saúde pública já permitir a realização do evento até lá, a cidade vai esbarrar em outro problema: como conseguir financiamento? “A gente vai ter que ter a consciência de que o mundo vai ser outro depois do coronavírus. Nós vamos ter que entender os desafios que vão vir pela frente. Esses eventos vão ter que ter um novo tamanho, um novo formato, vão ter que ter uma nova forma de financiamento e os governantes vão ter que se reinventar”, observou.
Neto disse que para ajudar o país a enfrentar a crise e retomar a economia no pós-coronavírus, o Governo federal vai ter que gastar e ser indutor dos investimentos. “Mas de maneira que não se tenha uma gastança desenfreada no país, com a qual eu não concordo”, ponderou.
Na entrevista, o prefeito que também é presidente nacional do DEM, analisou as relações de seu partido com o Governo Bolsonaro e do presidente da República com partidos do chamado centrão. Disse, ainda, que não é hora de defender teses golpistas e que não há elementos para abrir um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.