O Conselho Nacional de Turismo, reunido em Florianópolis, decidiu enviar carta ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) contra a fusão dos ministérios do Turismo e das Cidades em uma só pasta. Segundo a entidade, há prejuízos que o Brasil caso a decisão se concretize.
Para o conselho, o Ministério do Turismo tem grande importância econômica. Representantes de entidades empresariais e trabalhistas ligadas à área afirmam que extinguir ou fundir a pasta ministerial é um retrocesso, pois “deixa em segundo plano um setor que foi responsável pela criação de um em cada cinco empregos gerados no mundo na última década e que representa hoje 10,4% do PIB global”.
Para Moacyr Auersvald, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH), enidade sindical que representa trabalhadores do turismo em todo o território nacional, o Brasil perde ao deixar de voltar seus olhos para uma fonte de renda que traz desenvolvimento para todas as regiões.
“Temos o maior potencial turístico do mundo, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. São oito mil quilômetros de litoral, rios, florestas, fauna e cultura diversificada, para todos os gostos. Somos dezenas de países em um só, mas precisamos de mais apoio governamental e infraestrutura. E essa decisão de fundir ministérios vem na contramão disso”, avalia.
“É um setor democrático, que emprega e gera renda desde o recepcionista, passando pela camareira, o garçom do restaurante, artesão, centros culturais e o empresariado. Além de se fazer necessário, com o crescimento do turismo, um investimento natural em infraestrutura privada e pública. Toda a população ganha com isso. É o futuro de muitas nações, como exemplo de Dubai, nos Emirados Árabes”, completa.
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Turismo e geração de renda
Desde a criação do Ministério do Turismo, segundo dados do próprio órgão, o setor registrou um salto na movimentação econômica de US$ 24,3 bilhões, em 2003, para US$ 163 bilhões, em 2017.
No mesmo período, o número de visitantes estrangeiros no Brasil subiu de 4,13 milhões anuais, para os atuais 6,6 milhões, com perspectiva de alcançar ao final deste ano a histórica marca de 7 milhões de visitantes. O número de viagens domésticas também cresceu, passando de 138,7 milhões para mais de 200 milhões atualmente.
A carta também ressalta que Jair Bolsonaro, por diversas vezes, enfatizou a importância do turismo como vetor do desenvolvimento econômico, geração de emprego e ferramenta de preservação do meio ambiente.
“Chegou a hora de transformar unanimidade retórica em atitude. Manter o Ministério do Turismo é, antes de mais nada, ter uma atitude patriótica, de exaltação do país que é número um do mundo em atrativos naturais e tem tudo para se posicionar como nova potência do planeta no setor de viagens”, diz o documento