(Com texto originalmente publicado pelo Portal dos Jornalistas )
O jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto (SP), denuncia um atentado sofrido na última sexta-feira (3/3) por Rodrigo Lima, editor de Política da casa. De acordo com o jornal, o carro de Rodrigo foi incendiado de forma criminosa. O fogo foi contido pelos próprios funcionários do Diário.
O repórter, que trabalha no Diário há 17 anos e já revelou uma série de escândalos envolvendo políticos e agentes públicos de Rio Preto e região, classificou o ataque como ato contra a liberdade de imprensa.
“Não foi um ato contra mim, mas contra a liberdade de imprensa em que todos os meios de comunicação acabam atingidos”, disse Rodrigo. “É uma tentativa clara de intimidação que em nenhum momento vai surtir efeito. Eu e todos jornalistas do Diário cumprimos nosso papel perante a sociedade, que é de informar o que acontece na política de Rio Preto. Espero que a polícia consiga descobrir o autor e o mandante. Esse ato de covardia não pode ficar impune”.
Uma funcionária do jornal, que testemunhou a ação, disse ter visto um homem, de pele morena, magro e cabelo curto descer de um carro prata que estava estacionado mais à frente do estacionamento e depois jogar um objeto em chamas próximo à roda dianteira do automóvel de Rodrigo.
O fogo se alastrou da roda para toda a parte dianteira do veículo e quase atingiu os carros próximos. Ninguém se feriu. Bombeiros chegaram ao jornal e logo depois a Polícia Militar. No início da noite, peritos da Polícia Civil foram até o Diário e examinaram e fizeram dezenas de imagens do carro, de uma tampa de galão que estava perto do veículo e do próprio recipiente, que foi jogado no canteiro da avenida e cheirava a gasolina.
Milton Rodrigues, editor-chefe do Diário, repudiou o ataque: “As circunstâncias deixam muito claro que foi um episódio criminoso. Não podemos tirar conclusões precipitadas, mas é interessante observar que o responsável pelo ataque escolheu justamente o carro do jornalista que vem fazendo muitas matérias investigativas da editoria de Política”.
A ABI repudiou o atentado: “Atos dessa natureza são inaceitáveis em um regime democrático. A ABI entende que ameaças a profissionais da imprensa representam também uma afronta à liberdade de expressão e ao livre exercício da informação assegurados pela Constituição”.