Faltando apenas 13 dias para a prova do Enem 2021, vinte e nove funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pediram demissão nesta segunda-feira (8).
De acordo com o Portal da Transparência, entre os que pediram demissão, está Camilla Leite Carnevale Freire, que integrava a coordenação-geral do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Inclusive, a prova do Enade está marcada para este domingo (14).
A Frente Parlamentar Mista da Educação, representada pelo professor Israel Batista (PV-DF), afirmou que vai protocolar na Comissão de Educação um requerimento para convocar o presidente do Inep para esclarecimentos.
Em nota, a Associação dos Servidores do Inep (Assinep) lamenta profundamente que o órgão tenha “chegado a esse ponto”. Ainda segundo a nota, os demais servidores que continuam no Inep vão seguir trabalhando para que as demandas do órgão sejam cumpridas.
Segundo reportagem do portal G1 desta segunda-feira (8), Alexandre Retamal, presidente da Assinep, afirmou à reportagem que os servidores só estavam tomando essa atitude “como um alerta para a sociedade para não serem responsabilizados diante de tudo o que pode acontecer”.
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Ainda de acordo com a reportagem do G1 desta segunda-feira (8), além do Enem, o Inep também cuida de sistemas que, por exemplo, estão ligados ao Censo da Educação Básica em 2022.
Demissão em massa
Os pedidos de demissões acontecem dias depois de o pedido de exoneração de dois coordenadores ligados à realização do Enem.
Conforme reportagem do G1, Na última sexta-feira (6), Eduardo Carvalho e Hélio Junio Rocha Morais, que ocupavam os cargos de coordenador-geral de exames para certificação e coordenador-geral de logística da aplicação, respectivamente, pediram demissão.
No mês de setembro, o então diretor de tecnologia responsável pela versão digital do exame, Daniel Miranda Pontes Rogério, solicitou exoneração de seu cargo. De acordo com o Inep, a decisão partiu de Rogério, que alegou “motivos pessoais”.
Críticas sobre provas do Enem
Na semana passada, durante uma assembleia realizada, servidores do Inep disseram ver risco à aplicação da prova do Enem 2021 pelo que classificam de “falta de comando técnico”.
De acordo com o relato dos servidores, entre outras queixas, a aplicação das provas do Enem está sendo elaborada sem a atuação das Equipes de Incidentes e Resposta (ETIR), por decisão arbitrária e unilateral de pessoas com cargos de chefia, ligadas à presidência do instituto.
O grupo que fez o protesto conta que os técnicos do Inep não têm sido ouvidos.
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