Brasil • atualizado em 26/01/2023 às 03:02

Entenda a crise na Terra Indígena Yanomami e qual a ligação de Bolsonaro com tragédia; fotos

Por meio de suas redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou gravidade da situação no território Yanomami (Fotos: reprodução)
Por meio de suas redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou gravidade da situação no território Yanomami (Fotos: reprodução)

Informações do atual governo afirmaram que o ex-presidente ignorou 21 ofícios com pedidos de socorro sobre situação

Depois de declarar, nesta sexta-feira (20), Emergência em Saúde Pública para os povos que vivem no território Yanomami, o Ministério da Saúde e autoridades informaram sobre as responsabilidades do último governo sobre atual situação em Roraima. Uma das informações é que, com o início do governo Bolsonaro, o garimpo ilegal avançou na terra indígena, a maior do Brasil, causando desassistência aos moradores locais.

Uma reportagem do Intercept, publicada em novembro de 2020, por exemplo, já mostrava organizações indígenas denunciando a invasão do território por garimpeiros. Como resposta, o então presidente à época disse: “A reserva Yanomami tem mais ou menos 10 mil índios. O tamanho é duas vezes o estado do Rio de Janeiro. Justifica isso? Lá é uma das terras com o subsolo mais rico do mundo. Ninguém vai demarcar terra com subsolo pobre. Agora o que mundo vê na Amazônia, floresta? Está de olho no que está debaixo da terra”.

Acontece que, com a chegada dos milhares de garimpeiros, muitos profissionais de saúde e assistência social foram expulsos da região. Além disso, de acordo com nota emitida pelo Ministério da Saúde, o território conta com mais de 30 mil habitantes, três vezes mais do que informado por Bolsonaro erroneamente. O ex-mandatário também ignorou 21 ofícios com pedidos de ajuda dos Yanomami.

Agora, autoridades e profissionais se deparam com as consequências da gestão passada, onde crianças e idosos aparecem em estado grave de saúde, com desnutrição, casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos, quase todos que poderiam ter sido evitados.

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Por meio de suas redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou gravidade da situação no território Yanomami. Segundo Trindade, o Ministério da Saúde registrou 11.530 casos de malária naquela região no último ano.

Um dos números mais tristes, são o de 570 crianças que morrerem de desnutrição, diarreia e outras doenças que têm tratamento. Lideranças Yanomami também fizeram dezenas de reuniões, inclusive com o então vice-presidente Hamilton Mourão. Nenhuma ação para salvar as crianças foi tomada.

Lula chega a Terra Yanomami

Agora, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no local, algumas medidas de ajuda foram anunciadas. O atual chefe do Executivo afirmou vai levar transporte e atendimento médico aos indígenas Yanomami e pôr fim ao garimpo ilegal no lugar. “Eu posso dizer para você é que não vai mais existir garimpo ilegal. E eu sei da dificuldade de se tirar o garimpo ilegal, já se tentou outras vezes, mas eles voltam”, disse o presidente.

Lula, após verificar a situação, também relatou que a condição dos indígenas é “desumana” e garantiu que o transporte oferecido aos indígenas será uma das primeiras providências. O presidente também garantiu que pretende montar um plantão médico nas aldeias: “A saúde precisa ir até a aldeia, não esperar que as pessoas se locomovam até a cidade”.


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