As pesquisas eleitorais divulgadas nas últimas semanas para presidente da República, com simulações para 2018, surpreendem pela impressionante liderança do pré-candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT), apesar do envolvimento dele em tantos casos polêmicos. A imagem dele resiste a todas as tempestades e furacões aos quais uma candidatura pode ser submetida. Se for candidato – é o cenário de hoje – o petista será eleito com margem considerável de votos.
Os dados das pesquisas DataFolha – divulgada no domingo, 1 – em relação aos que foram publicados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Ibope e pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e MDA indicam a liderança de Lula com as margens razoavelmente iguais em relação aos outros candidatos.
A dúvida que continua a controlar todo o cenário é: O ex-presidente conseguirá ser candidato por causa da ação contra ele em que foi condenado na primeira instância pelo juiz Sérgio Moro e, na segunda instância, será tornado inelegível? A Lei da Ficha Limpa contém um absurdo: Todos são culpados na segunda instância mesmo que sejam absolvidos nas instâncias superiores.
Na oposição, a pesquisa DataFolha dá a Geraldo Alckmin (PSDB) a condição para disputar com Lula, apesar da incômoda presença – para ele – do prefeito João Dória (PSDB) que bate asas e tenta ocupar o lugar de seu mentor. Os dois têm os mesmos números, mas o prefeito de São Paulo tem muito mais pontos contrários como, por exemplo, uma renúncia obrigatória da principal prefeitura do Brasil.
Como nas sondagens das outras pesquisas, a posição de Jair Bolsonaro (PSC) em segundo ou terceiro – dependendo da simulação feira – continua a reforçar a candidatura de um nome que figura com um perfil de direitista e conservador que está em claro confronto com Lula e a esquerda. Ele ameaça a todos, mas pode ser muito útil para a oposição, pois tem apaixonados e torcedores pela candidatura.
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Por outro lado, é decepcionante para as pretensões de Henrique Meirelles (PSD) que apareça com míseros 2 pontos percentuais nas diversas simulações com o nome dele. O poderoso ministro da Fazenda não conseguiu, ainda, firmar-se como uma opção no disputado cenário da eleição. O modestos pontos podem ser justificados pela recente inclusão do nome dele no leque de candidatos, ou seja, nada a ver com os resultados tímidos da recuperação econômica e da imagem aliada ao presidente Michel Temer (PMDB) – aquele que é o mais rejeitado de todos os presidentes que o país teve até hoje.