Economia • atualizado em 12/07/2021 às 00:26

Santos Cruz chama de ‘ameaça absurda’ fala de Bolsonaro contra eleição de 2022

General Carlos Alberto Santos Cruz (foto Fábio Rodrigues Pozzebom, Abr)
General Carlos Alberto Santos Cruz (foto Fábio Rodrigues Pozzebom, Abr)

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, chamou de “ameaça absurda” a afirmação do presidente Jair Bolsonaro sobre não haver eleições em 2022 caso não seja adotado o voto impresso. Ao participar de live organizada pelo grupo Parlatório na noite deste domingo, 11, o militar defendeu ainda uma “reação forte” da sociedade e das instituições contra a ameaça feita pelo chefe do Executivo.

“Algumas ameaças são absurdas, como de o presidente da República dizer que talvez não tenha eleição. Eleição é fundamento básico da democracia”, disse Santos Cruz. “Esses pontos sofrem algum desgaste, mas tem de haver reação forte das pessoas e das instituições. Temos algumas instituições muito fracas, seja no Judiciário, seja no Congresso Nacional, que, na minha opinião, tem de ser mais forte”, acrescentou.

O general afirmou que o fanatismo no Brasil pode acabar em violência. Também considerou que há um desrespeito generalizado no País a ser enfrentado pela lei. O ex-ministro disse ainda que a corrupção é um ponto que deve ser combatido por aumentar o risco de ruptura institucional.

Para Santos Cruz, as Forças Armadas estão no centro da discussão política devido à decisão de Bolsonaro de nomear diversos militares para o governo. O general avaliou que o caráter político da CPI da Covid criou um desgaste para as Forças Armadas.

Mesmo assim, ele julga que não contribui para melhorar o cenário a resposta institucional do Ministério da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas em repúdio às declarações do senador Omar Aziz, presidente da CPI, a respeito do suposto envolvimento de militares em corrupção.

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“Estamos vendo um contexto de manifestações que não contribuem em nada, que trazem alarmismo, prejudicam o ambiente institucional”, disse Santos Cruz. “Isso começa com um mau exemplo vindo de cima”, completou.

Participam da live do Parlatório, entre outros, o ex-presidente da República Michel Temer, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, o presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, a vice-presidente Executiva do Santander, Patrícia Audi, o presidente da BR Distribuidora, Wilson Ferreira Júnior, e o ex-porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros. (Por Cícero Cotrim, Estadão Conteúdo)


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