O ministro da Economia, Paulo Guedes, não participou da indicação do economista Adriano Pires para a Petrobras, mas um de seus auxiliares voltou a ser cogitado para o comando da estatal. Trata-se do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Mario Paes de Andrade.
Ele é próximo ao senador Flávio Bolsonaro e tem avaliação positiva no governo pela implantação da plataforma GovBR. Mas, de outro lado, não tem experiência na área de petróleo e gás. As regras de governança exigem experiência de 10 anos no setor. Em conversas no governo, Guedes tem defendido a escolha de um nome que trabalhe para desverticalizar a cadeia produtiva do mercado de combustíveis no País e privatizar a empresa.
Nesta segunda, 4, durante passagem pelo Rio, ele afirmou que estava “sem luz” sobre quem deve assumir o comando da Petrobras após a saída do general da reserva Joaquim Silva e Luna – demitido pelo presidente Jair Bolsonaro por divergências quanto à política de preços dos combustíveis – e a desistência de Pires “Eu estou sem luz”, respondeu ele.
Cotado para o lugar de Silva e Luna, Pires desistiu da indicação para o cargo depois de o governo Bolsonaro receber informações de que o seu nome não passaria no “teste” de governança da empresa, segundo apurou o Broadcast/Estadão, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A desistência vem depois de o Estadão ter publicado que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras sobre a atuação dele no setor privado.
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Contra subsídios
Guedes já havia dito, na semana passada, que a troca no comando da estatal não era problema dele – o ministro da Economia chegou a minimizar o impacto da demissão de Silva e Luna. “A Petrobras é do Ministério de Minas e Energia. Quem indica o presidente é o presidente da República junto com o ministro de Minas e Energia”, afirmou ele, que participava de um evento em Paris.
O ministro é contrário à concessão de subsídios para baratear o preço do combustível vendido no País. O ponto central dele e de integrantes da sua equipe é de que, se for praticar abuso de poder corporativista, o novo comandante da empresa estaria desalinhado com as melhores políticas de mercado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Por Adriana Fernandes e Rayanderson Guerra/Estadão Conteúdo)