Brasil • atualizado em 29/10/2018 às 22:11

Sem perder tempo, entidades empresários pedem que Bolsonaro acelere reformas

Jair Bolsonaro acionado por empresários por reformas (Foto Tânia Rego, 28.10.18)
Jair Bolsonaro acionado por empresários por reformas (Foto Tânia Rego, 28.10.18)

O antigo clamor da classe empresarial de que o país precisa passar por reformas estruturais para retomar o crescimento econômico foi a tônica das manifestações das lideranças empresariais em torno da vitória de Jair Bolsonaro para presidência da República. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda destacou a necessidade de diálogo com o Legislativo e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a redução da burocracia.

“Tenho a certeza de que, com a aceleração das reformas econômicas e institucionais, como a da Previdência e a tributária, o país se fortalecerá e construirá, nos próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional”, disse por meio de comunicado, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.

A aposta do setor, conforme revelou o líder empresarial, é que Bolsonaro possa formar uma base de apoio no Legislativo para a aprovação dessas medidas consideras por eles essenciais para o avanço da economia. “É imprescindível que os eleitos – o presidente da República, os governadores e os parlamentares – tenham liderança, ação e capacidade de negociação”, afirmou o presidente da CNI.

Já a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as Federações das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDLs), as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), a CDL Jovem e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) aproveitaram o momento para pleitear ações que melhorem as atividades do comércio.

Em nota assinada pelo presidente da CNDL, José César da Costa, o setor destacou que “é preciso, urgentemente, reduzir a burocracia e simplificar os processos que envolvem abertura, funcionamento e inovação das empresas. Além do mais, é fundamental avançar no desenvolvimento de políticas relacionadas à segurança pública, à infraestrutura e ao acesso a crédito privilegiando os empreendedores e, consequentemente, toda a sociedade brasileira”.

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De uma forma geral, o mercado reagiu com otimismo à vitória de Bolsonaro, segundo especialistas. Já a agência de classificação de risco Moody’s cobrou mais clareza na agenda econômica do eleito para garantir mais confiança entre os investidores.

Reformas

A exemplo de outros segmentos da área produtiva, a CNI defendeu ainda o controle rigoroso nos gastos públicos, a eliminação do déficit público e a consequente redução da dívida pública. Além disso, na avaliação do líder empresarial, a economia do país só voltar a crescer de forma sustentada se houver segurança jurídica, entre outras medidas, como a ampliação dos investimentos em infraestrutura.

“O novo governo precisa encaminhar uma reforma tributária que simplifique o sistema, desonere os investimentos e as exportações, eliminando as distorções e a cumulatividade de impostos, bem como buscando a unificação dos tributos por meio da criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA)”, sugeriu Andrade. Ele também manifestou a expectativa de que sejam adotadas ações para facilitar a baratear o crédito.

Indústria gráfica

Em nota, a seção paulista da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abrigraf-SP) pediu “clareza na definição das prioridades e diretrizes da política econômica do novo governo”, além de redução da burocracia e diminuição de gastos públicos. Nesse comunicado a entidade também pede pressa nas mudanças pleiteadas.

“Acreditamos que Jair Bolsonaro será fundamental na manutenção dos valores democráticos e dos direitos e liberdades individuais de todos os brasileiros. Ressaltamos, porém, a urgência na promoção de ajustes fiscais, redução da interferência e do tamanho do Estado e a continuidade das reformas necessárias para o país, como a previdenciária, tributária e política”, disse por meio de nota

FecomercioSP

A necessidade de reformas também foi defendida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). “O mercado e o setor produtivo esperam um novo governo que coloque de forma clara as medidas prioritárias e suas diretrizes sobre a política econômica. Além de promover ajustes fiscais, reduzir seu grau de interferência, possibilitar as reformas nas áreas tributária, previdenciária e nos gastos públicos e diminuir a burocracia, estimulando o ambiente de negócios”, diz a nota da entidade.

Para a Fecomercio, a “Reforma do Estado brasileiro precisa ser iniciada imediatamente”. Quanto à reforma da Previdência Social, a entidade justificou que ela “precisa ser implementada, garantindo o equilíbrio do sistema para as gerações presentes e futuras”. Já em relação à reforma tributária, os empresários do setor demonstraram temor de que seja criado um novo imposto e lembrou que a sociedade brasileira “já arca com uma das maiores cargas tributárias do mundo”. (Com informações da Abr)


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