O jornalista Marcos Cipriano, da coluna Radar do Diário do Estado, explica o placar na disputa entre o presidente Michel Temer e o procurador geral da República, Rodrigo Janot.
VEJA:
“Em confronto explícito, Rodrigo Janot marcou um gol ao denunciar Michel Temer por corrupção e outras coisas, mas hoje, no frigir dos ovos, o sentimento nas ruas é que o Procurador Geral da República levou de goleada do presidente-jurista. Senão vejamos:
1 – No vale-tudo para a condenação de Temer, emergiu a suspeita de que Janot (às vésperas da aposentadoria) está chutando cachorro morto em busca da auréola de semideus no combate às falcatruas.
2 – É suspeita, no mínimo, a transferência (milionária) de emprego do procurador Marcello Miller, da PGE para a J&F, justo no período da delação premiadíssima do empresário Joesley Batista.
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3 – Olhando para Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba, fica difícil aceitar que o dono da Friboi não tenha pegado pelo menos um dia de prisão, com morada fixa em Nova York e o direito a ir e voltar dos EUA.
4 – É estranho também o retorno triunfal de Joesley Batista ao Brasil, oriundo da Ásia, para completar delação contra Temer. Incluindo entrevista à revista Época, reproduzida na Rede Globo.
5 – Ressalte-se também a competência da Polícia Federal em tornar “audíveis” os trechos “inaudíveis” da conversa de Temer com Joesley, acrescido dos elogios do presidente à forma física do empresário.
6 – Ninguém é inocente para não perceber os requintes hollywoodianos, sob auspícios da PF e da PGR, na gravação de Joesley contra Temer e nas filmagens das peripécias de Rodrigo Rocha Loures.
7 – Não custa lembrar, finalmente, que o STF acaba de inocentar o ex-senador Demóstenes Torres, cassado pelo Senado, anulando todas as provas conseguidas contra ele através de gravações clandestinas.”