Monitoramento

Aterro sanitário de Goiânia não oferece risco de explosão ou desmoronamento, aponta relatório

Após a instalação de 50 marcos superficiais, estudo confirmou fator de segurança acima do exigido pelas normas da ABNT e comprovou estabilidade geotécnica satisfatória
Foto: Alex Malheiros
Foto: Alex Malheiros

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), recebeu, nesta terça (4/11), o Relatório Técnico de Monitoramento Geotécnico do Aterro Sanitário da capital. O estudo consolida a primeira medição do monitoramento e apresenta análises de deformações, vetores de deslocamento, avanço volumétrico e estabilidade de taludes.

O documento ainda confirma fator de segurança acima do exigido pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e descarta riscos de explosão ou desmoronamento.

O laudo é assinado pelo engenheiro ambiental, agrônomo e geomensor José Augusto Martins Filho (CREA 20083/D-GO), conforme Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do contrato firmado com a Comurg em 4 de agosto de 2025. O trabalho foi realizado de 2 de setembro a 4 de novembro.

Segundo o documento, todas as verificações seguiram normas da ABNT, com destaque para a NBR 11682 (Estabilidade de Taludes), que estabelece fator de segurança (FS) mínimo global de 1,5 para estruturas com alto nível de segurança.

O estudo avaliou quatro seções do maciço e os fatores de segurança calculados foram 2,1; 1,9; 2,5; e 1,8. Todos os valores são superiores ao mínimo exigido de 1,5. Esse resultado aponta condição de estabilidade geotécnica satisfatória na situação atual.

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O diagnóstico foi identificado após implantação dos 50 marcos superficiais, instalados em setembro. Nesse período, foram realizadas duas medições de campo. Os levantamentos utilizaram topografia com GPS RTK e aerofotogrametria por drone (VANT), base para comparação planialtimétrica e análise volumétrica.

As variações dos dados obtidos entre as aferições apresentaram compatibilidade com o quantitativo de resíduos recebidos e não indica zonas de convergência ou aceleração de fluxo que pudessem sugerir a nucleação de uma superfície de instabilidade.

Recomendações e próximos passos

O relatório recomenda manter periodicidade bimestral de leituras e inspeções — frequência mais rigorosa que a mínima normativa — e preservar cuidados operacionais com taludes e drenagem para sustentar os fatores de segurança.

A contratação do monitoramento integra o processo de adequação do Aterro Sanitário e antecipa requisitos que subsidiarão o pedido de licenciamento junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Com base nos resultados e nas recomendações, a Comurg seguirá o cronograma de monitoramento e melhorias necessárias para a operação segura e contínua do aterro.


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