O Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) já se consolidou como uma nova esperança para centenas de famílias goianas. O primeiro hospital estadual dedicado exclusivamente ao tratamento do câncer infantojuvenil pelo SUS registrou, desde junho quando recebeu os primeiros pacientes, mais de 3,2 mil atendimentos. Foram 252 internações hospitalares; 249 cirurgias; 213 quimioterapias e 2.530 consultas.
O hospital, que recebeu investimento de R$ 255 milhões do Governo de Goiás, oferece tratamento de alta complexidade sem que as famílias precisem buscar atendimento em outros estados. “O Cora já é uma realidade para o Estado. Antes, muitas famílias goianas precisavam se deslocar para o Hospital de Amor, em Barretos (SP), para garantir tratamento oncológico especializado. Hoje os pacientes são tratados aqui no Cora”, explica o diretor-geral do complexo, Rafael Mendonça.
A história da família de Rômulo, de 2 anos, ilustra essa transformação. Moradores de Paranaiguara, município na divisa com Minas Gerais, os pais do menino que foi diagnosticado com leucemia e já realizou três sessões de quimioterapia no Cora, vivenciaram uma mudança completa em suas expectativas sobre o tratamento.
“Quando a gente veio para cá, nem imaginava que era esse diagnóstico, mas quando nos trouxeram vimos a estrutura, e ficamos até aliviados, porque todo mundo falava que tinha que ir para Barretos”, relata o pai de Rômulo, o servidor público Paulo César Franco Junior. “Quando conseguimos uma vaga aqui em Goiás mesmo, foi muito importante, foi algo que nos tranquilizou bastante”, afirma.
A aprovação da qualidade do atendimento é um sentimento comum entre as famílias que chegam à unidade de saúde. Sandra Carolina Mendes, autônoma e mãe de Pedro Henrique, de 6 anos, que está há dois meses em tratamento, não esconde a admiração pela estrutura encontrada. “O atendimento é muito bom. Todos são acolhedores. Não imaginava que um hospital público, do SUS, tivesse toda essa estrutura. Tudo é de primeira linha. Tudo bem limpinho, bem higienizado,” afirma.
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Cuidado integral
O que mais impressiona as famílias que chegam ao Cora é o cuidado integral oferecido pela equipe multiprofissional. “Desde que chegamos, eles tranquilizaram a gente. Os profissionais aqui são muito bem preparados e tem equipes para cuidar tanto das crianças quanto dos pais”, conta o pai de Rômulo, emocionado.
A abordagem humanizada é um dos pilares fundamentais do hospital, como explica a assistente social do Cora, Taína Cândida Gonçalves. “Quando as famílias chegam e recebem um diagnóstico que não estão esperando ficam muito angustiadas. Aqui no Cora, nós não vemos o paciente como paciente doente, nós vemos como pessoas, como seres humanos que serão cuidados”, afirma.
Taína, que também trabalhou no Hospital de Amor em São Paulo, traz para Goiás a experiência de mais de seis décadas da unidade paulista que tem uma gestão focada na humanização. “É uma doença complexa, que deixa tanto o paciente quanto a família fragilizados socialmente, emocionalmente e fisicamente. Trabalhar em um hospital humanizado faz com que o profissional trabalhe com um objetivo maior. O Cora representa uma mudança fundamental na vida das famílias. O cuidado integral oferecido inclui equipes de psicólogos, assistentes sociais e uma abordagem que visualiza “além da doença”, destaca Taína Gonçalves.
EstruturaO Cora oferece atendimento integral, desde consultas até procedimentos de alta complexidade como transplante de medula óssea. “O Cora hoje faz o serviço ambulatorial, a parte de quimioterapia, e todo o processo de acompanhamento do tratamento oncológico”, detalha o diretor-geral.
Para garantir o suporte completo às famílias, o complexo oferece casa de apoio provisória enquanto a estrutura definitiva está sendo construída. “A previsão é que até o início do ano essa casa de apoio esteja pronta para receber os familiares, as pessoas que precisam desse apoio no momento de atendimento do seu paciente”, informa o diretor.
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