Cidades • atualizado em 15/08/2021 às 21:05

Em Goiás, mais de 200 mil pessoas não retornaram para tomar segunda dose da vacina contra a Covid-19

(Foto: SMS/Goiânia)
(Foto: SMS/Goiânia)

Apesar de se aproximar da marca de 3 milhões de pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Goiás, mais de 200 mil não voltaram para tomar a dose reforço, o que é fundamental, para completar o ciclo vacinação e se imunizar completamente contra o vírus. O governador Ronaldo Caiado (DEM) foi às redes sociais neste domingo (15/08) mostrar sua preocupação com relação aos números.

“Já são 3.496.725 goianos vacinados com a primeira dose, mas dá pra acreditar que mais de 200 mil pessoas não retornaram para tomar o reforço da vacina contra a Covid-19? Uma só dose não imuniza, ainda mais agora que a variante Delta já está circulando no Estado”, publicou destacando diversas notícias que davam tom aos números.

Secretário fala em disponibilizar doses para primeira aplicação

Em entrevista à Rádio Sagres, na última quarta-feira (11/0), o secretário de Saúde do Estado de Goiás, Ismael Alexandrino, falou sobre as 214 mil pessoas que não retornaram para tomar a segunda dose. É preocupante. Sem a imunização completa, não dá para colocar fim à pandemia.

Alexandrino destaca que não dá para ficar segurando as doses e iria propor que as vacinas paradas aguardando a aplicação para segunda dose em atraso possam ser destinadas para aqueles que estão aguardando a primeira. “Hoje mesmo eu vou propor para que delimitemos um prazo para essas pessoas tomarem a segunda dose num prazo razoável e uma vez não cumprido, liberarmos essas doses para a primeira dose. Tem muita gente aguardando ansiosamente, não acho justo nem sensato que espere a deus-dará e outras pessoas esperando a primeira dose”, pontuou.

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Não será uma medida punitiva, garante. “Mas também eu não acho justo ficar esperando algum tipo de convencimento, o tanto que a gente tem discutido e conscientizado, a imprensa falando da necessidade em tomar a segunda dose”.

Receio de reações não pode impedir aplicação da dose reforço

As vacinas disponíveis no Plano Nacional de Imunização podem causar reações fortes. Dor de cabeça, febre, fadiga e uma sensação próxima ao que seria uma gripe, são algumas delas. Ter efeitos dolorosos, são comuns em outras vacinas e não deve ser um impeditivo para não tomar a dose reforço em entrevista ao jornal Diário de Goiás.

Até porque, os efeitos práticos de contenção ao coronavírus só são confirmados com as dupla aplicação. “As vacinas que estamos aplicando no Brasil têm efeitos demonstrados em estudos após as duas doses. Elas fornecem proteção ao contágio e na evolução de formas graves. Por isso a importância em tomar as duas doses”, destaca.

Ela explica que as reações não são exclusividade das vacinas contra a Covid-19, em especial a AstraZeneca. “Todas as vacinas podem causar efeitos adversos, dor no local, dor no corpo leve, febre baixa. As vacinas podem ter esses efeitos. Mas são raros e leves, na maioria resolve em 24 a 48 horas pela própria forma de produção da vacina, que são vírus atenuados ou inativados. Não vai desenvolver a doença”, explica a infectologista.

Ela explica que as correntes de notícias falsas tem prejudicado muito o processo de imunização. “Nós tivemos uma disseminação das fake news falando sobre a trombose, mas existem estudos que indicam uma porcentagem muito pequena. Até os países sérios que suspenderam o uso dela retornaram sua utilização”, pontua. 

De fato, em uma população de mais de 17 milhões de vacinados na Europa, a agência europeia de regulação de medicamentos (EMA – European Medicines Agency), o equivalente a Anvisa para o continente europeu, que chegou a suspender temporariamente a vacinação da AstraZeneca, constatou que existe uma possível reação à vacina de Oxford, mas com ocorrência de 0.00018%.

A dor da reação à vacina não é nada perto dos colaterais de pegar a própria doença. “A trombose é 0,000018% e num paciente internado a chance de ter uma trombose chega a 20%. Sem contar nas reinternações das pessoas que desenvolvem uma embolia pulmonar, um AVC, por exemplo”, pontua.

Rachel destaca a importância de todos se vacinarem para enfim, vislumbrar um possível fim da pandemia. E como isso é possível? “Quanto mais pessoas vacinadas menos o vírus circula, menos mutações e variantes que todos os dias estamos conhecendo novas, tem a chance de conhecer. Essa é a lógica. Diminui a circulação viral, menos pessoas adoecem e o efeito de menos casos graves.


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