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Exposição no HGG lembra os 38 anos do acidente com Césio-137

A unidade de saúde teve papel central no socorro às vítimas do acidente de 1987
Foto: Divulgação/SES
Foto: Divulgação/SES

O Governo de Goiás promove, nesta quinta-feira (18), um encontro entre arte, memória e ciência, no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), com a Exposição Praça Cultural Césio-137. O evento lembra os 38 anos do maior acidente radiológico urbano da história e visa, além de preservar a memória, conscientizar a população.

A iniciativa é do Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves (Cara) – que integra a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO).

A exposição reúne 34 artistas que, por meio de pinturas e poesias, se aprofundaram na história do Césio-137 para criar obras que dialogam com o passado, iluminam o presente e projetam esperança para o futuro.

Entre os nomes de destaque, estão: Siron Franco, Erasmo Gama, Demirane, Cassiano e Tio Arte. Além de percorrer diversos espaços da cidade, a mostra agora ocupa um lugar de especial significado.

O HGG teve papel central no socorro às vítimas do acidente de 1987. Das 30 pessoas hospitalizadas devido à exposição à radiação, 14 delas, que tiveram o quadro de saúde agravado, foram encaminhadas para o Rio de Janeiro.

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As demais continuaram na Ala 2 da unidade, hoje nomeada Ala José de Júlio Rosental, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), homenagem ao físico pelo seu trabalho fundamental no controle da situação.

“Esse projeto é uma forma de honrar a história dessas pessoas e o papel crucial que o HGG desempenhou”, explica a diretora-geral do Cara, Glauciene Esteves.

“O cuidado com a saúde dos radioacidentados, iniciado em 1987, tornou-se um pilar fundamental da resposta ao acidente, resultando na criação de uma unidade dedicada ao seu acompanhamento clínico e monitoramento epidemiológico de longo prazo.”

A exposição

A exposição foi idealizada pela equipe do Cara em 2024, com a participação do titular da SES-GO, Rasível Santos; do subsecretário de Políticas e Ações em Saúde, Luciano Moura; da superintendente de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Spais), Amanda Melo; e da Associação Goiana de Artes Visuais (Agav).

Para Glauciene Esteves, a mostra vai além de uma simples galeria de arte. “Este projeto busca gerar um encontro que permita à comunidade em geral vivenciar a arte, o conhecimento popular, a memória imaterial do acidente, além de gerar sentimento de inclusão e reconhecimento da comunidade dos radioacidentados”, afirma.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa do Cara, Daiane Bastos, a exposição é apenas uma parte de uma série de eventos em memória do acidente. No dia 24 de setembro, a Escola Estadual José Honorato sediará uma palestra especial sobre a história do acidente e o uso benéfico da radiação.

Já no dia 28, a Associação Médica de Goiás realizará uma live com foco na Radiação no Mundo e no Brasil, com a participação da diretora-geral do Cara, Glauciene Esteves, do médico nuclear dr. Neimar Lolli e do físico da Cnen, dr. Walter Mendes. Os eventos culminam com um culto ecumênico para os pacientes do Cara no dia 29.


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Altair Tavares

Editor do Ciberjornal que sucedeu desde fevereiro de 2025 todo o conteúdo do blog www.altairtavares.com.br . Atuante no webjornalismo desde 2000. Repórter, comentarista e analista de política. Perfil nas redes sociais: @altairtavares