O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (Democratas) realizou, na manhã desta quarta-feira (17), reunião com prefeitos e presidentes de poderes, para tratar das medidas que serão adotadas no Estado para a contenção da segunda onda da Covid-19.
A reunião, realizada por videoconferência e transmitida nas redes sociais do governador, contou com a presença do secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, da superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, além de representantes de entidades e dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Fórum Empresarial.
O secretário de Saúde do Estado, Ismael Alexandrino abriu a reunião, com a apresentação de nota-técnica, onde estabelece regras para que os municípios adotem medidas mais restritivas e duras, para combater a pandemia do coronavírus.
Com a recomendação para que gestores municipais tenham condições de tomar decisões coerentes com o momento atual, Ismael afirmou que será divulgado um mapa, semanalmente, com dados da pandemia por região, como respaldo técnico para que as devidas atitudes sejam tomadas de acordo com a situação.
“Daremos o retrato para os senhores. O retrato será o mapa com três cores: alerta, crítico e calamidade”, afirmou Ismael, que explicou, em seguida, que estas categorias foram construídas com base na aceleração de contágio e sobrecarga no sistema de saúde no Estado.
Leia Também
A superintendente de Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, afirmou que “uma segunda onda, com maior número de casos está se iniciando agora”, em Goiás. Conforme avaliação do mapa, seis regiões foram apontadas em situação de calamidade, o que traz, de acordo com a superintende, o aumento do número de internações e óbitos pela doença.
Regiões em estado de calamidade
As regiões detectadas em vermelho foram do Entorno do Sul, Estrada de Ferro, Nordeste II, Oeste I, Rio Vermelho e São Patrício em estado de calamidade, de acordo com dados apresentados no mapa. Com relação à mudança nas análises das próximas semanas, Flúvia afirma “depender das providências tomadas por cada município”.
Responsabilidade Coletiva
O governador Ronaldo Caiado participava da reunião no município de São Carlos, onde alegou estar, no momento, enterrando um amigo de décadas por consequências da Covid-19. Na ocasião, o democrata fez um apelo para que o número de 8 mil óbitos pela doença em Goiás não seja ampliado, com o agravamento da demanda nas estruturas hospitalares.
Caiado afirmou que “não é momento de acovardar” e que a população, como um todo, deve pensar não somente na economia e no bem-estar próprio, mas também nas vidas que o Estado vem perdendo. “É necessário que as pessoas entendam que não é momento de omissão nem de se acovardar diante de pressão de alguns que pensam muito mais na estrutura do ponto de vista financeiro e pensar que podemos conciliar as duas coisas. A economia e o isolamento, o afastamento, a diminuição de eventos como tem ocorrido”, pondera.
O governador lamentou o fato de eu enquanto há “pessoas morrendo em decorrência da contaminação do vírus”, outros estarem “festejando, como se não tivesse nada” e ressaltou estar lutando para que “Goiás possa ser um estado que tenha condições de poder enfrentar essa pandemia que já está aí há mais de ano”.
O procurador-geral do Ministério Público (MP), Aylton Vechi, pediu, também durante a reunião, uma maior responsabilidade de todos, neste momento, afirmando que o que acontece atualmente em Goiás, se dá pelo “descomprometimento” de uma questão “que aflinge a todos”.
“Não é possível mais pensar individualmente. Nós temos que ter responsabilidade. Nós não vamos vencer se não tivermos responsabilidade na condução deste processo, de forma coordenada”, pondera o procurador, que admite faltar, atualmente “espírito coletivo e público” no Estado.
Em seguida, o procurador da República do Ministério Público Federal, Ailton Benedito, reforçou o discurso de Aylton Vechi, para que haja compreensão coletiva em se cumprir as medidas estabelecidas. “Não adianta fixar um protocolo hoje, por mais adequado que ele seja, e amanhã ele não seja cumprido”, ressalta o procurador que pede conscientização, para que não haja necessidade da implantação de protocolos mais duros no Estado.
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Lissauer Vieira, também fez apelo aos empresários, líderes religiosos e prefeituras para que ações convergentes e coordenadas sejam tomadas. “Mais do que nunca, nós precisamos agora da força dos prefeitos, da conscientização da população e do entendimento do setor empresarial e produtivo do estado de Goiás para nós não entrarmos em um colapso maior do que já estamos”, declarou.
Com relação à oferta de leitos, o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, afirmou ter visto o esforço da SES de aumentar a oferta de leitos. “Entendemos que a vacina é a maior arma que temos hoje, apesar de ainda estar em pequena oferta. Os empresários estão tentando ver a oportunidade de fazer aquisições quando assim for autorizado, e nos juntarmos aos Estados e Municípios para fazer a vacinação em massa quando for possível”, salientou.
União pela vida
O defensor público do Estado de Goiás afirmou que “é preciso união, cautela, responsabilidade coletiva, respeito aos protocolos, independentemente de qualquer dinâmica, é o respeito pela vida, o respeito pela gestão pública”, com relação à responsabilidade, neste momento, para combater a pandemia no Estado de Goiás. “Nossa pauta é de união pela vida”, pontuou.
Um dia após perder irmão para a Covid-19, o senador Luiz do Carmo também participou da reunião. Ele afirmou ser necessário fazer alguma coisa, de forma efetiva, para salvar vidas, com a ressalva de que só quem sente a dor da perca de um familiar, age diferente com relação às medidas de proteção.
Leia mais sobre: Covid em Goiás / Governo de Goiás / Leitos de UTI para tratamento de Covid em Goiás / Óbitos por Covid / Cidades / Goiás / Política