Em tempos onde as autoridades sanitárias recomendam a utilização de máscaras, distanciamento social e higienização com álcool em gel, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) passou a ser visto não apenas com uma, mas com duas máscaras de proteção facial em eventos públicos. Quando foi recepcionar doses da CoronaVac na última quarta-feira (24/02), lá estava ele com a dupla proteção. Na sexta-feira (26/02) na reunião com os prefeitos que definiu o lockdown na Região Metropolitana e ontem (27) na divulgação dos decretos também.
Na contramão do presidente da República, Jair Bolsonaro, que sai por aí compartilhando sandices e enquetes sem nenhuma fundamentação teórica com relação ao uso de máscaras, Caiado dá seu exemplo à população goianiense. O democrata não inventou moda nem está agindo por achismos. É que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma agência do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, divulgou no último dia 19 de fevereiro um estudo que mostra que a combinação de uma máscara cirurgica aliada à uma de pano mostraram-se bastante eficazes.
Os testes feitos em manequins à exposição de aerossóis potencialmente infecciosos diminuíram cerca de 95% quando ambos estavam com máscaras de pano sobre a máscara cirúrgica bem ajustadas. Os estudos também mostraram que as máscaras cirúrgicas com alças de orelha com nós e laterais dobradas para dentro também são eficazes. Mas não apenas isso: a pesquisa mostrou que usar a máscara de pano de forma bem ajustada no rosto cobrindo nariz e boca pode reduzir o contágio em até 84.3%.
“Com base em experimentos que mediram a eficiência de filtração de várias máscaras de pano e uma máscara de procedimento médico, estimou-se que o melhor ajuste obtido pela combinação desses dois tipos de máscara, especificamente uma máscara de pano sobre uma máscara de procedimento médico, poderia reduzir um usuário exposição em maior que 90%”, diz o estudo que pode ser conferido na íntegra clicando aqui (em inglês).
Caiado não é o único líder político a seguir a recomendação de usar duas máscaras. O presidente norte-americano, Joe Biden também vem sendo visto dando o exemplo à população dos Estados Unidos. Por sinal, no país ianque o hábito entre as pessoas tem se tornado mais habitual.
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Enquanto o processo de imunização por meio das vacinas segue a passos lentos no Brasil, a utilização de máscaras é uma das únicas formas, aliadas ao distanciamento social e a higiene por meio do álcool 70. São hábitos que, inclusive, devem permanecer na vida e no cotidiano de todos nós mesmo após vencermos a guerra do coronavírus, apesar do próprio Bolsonaro fazer coro à fake news em tornou do uso de máscaras acabou se tornando exemplo contrário e tema de reportagem do The New York Times que exacerbou para o mundo o seu negacionismo: “Enquanto o Brasil enfrenta mortes recorde de Covid, um surto alimentado por variantes e vacinações lentas, Bolsonaro deprecia as máscaras.”
A matéria do NY Times destacava que no dia em que o Brasil enfrentou seu pior momento em toda a pandemia registrando mais de 1500 mortes em 24 horas, o presidente nas tradicionais lives de quinta-feira compartilhava um “estudo alemão” sobre as máscaras, quando na realidade tratava-se de uma enquete online que foi questionada por cientistas. Na prática, Bolsonaro dá um belo exemplo para o mundo, do que não se fazer diante de uma crise sanitária.
Ao contrário do chefe de estado, Caiado tem sempre sido visto usando máscara e defendendo-as. Agora, passou a adotar o uso das máscaras duplas. E todos nós deveríamos fazer o mesmo.