Quem diria que o ex-deputado preso Eduardo Cunha fosse dar um “truco, seis milhos, ladrão!” contra o poderoso bilionário Joesley Batista, da JBS. E foi isso mesmo que ele fez ao pedir a anulação da delação do empresário no Supremo Tribunal Federal (STF) com o argumento de não há provas do tão falado pagamento mensal ao ex-presidente da Câmara. E, agora, JBS?
O dito pagamento foi peça chave da repercussão do áudio feito por Joesley Batista com o presidente Michel Temer (PMDB) e da denúncia feita contra o chefe do Poder Executivo no STF. No áudio, o empresário diz que está se dando bem com Eduardo, “todo mês”. E Temer completa: “Tem que manter isso, viu?”. Entendeu-se, claramente, por dedução, que haveria um suposto pagamento mensal para que ele mantivesse o silêncio na cadeia.
O ex-parlamentar está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, por determinação do juiz federal Sérgio Moro. Com o pedido de anulação, Cunha aponta o dedo para Joesley Batista e acusa-o de mentir na delação premiada, pois não tem provas do que falou. Então, o Judiciário aceitou um áudio que gerou uma delação premiada, que gerou uma denúncia da Procuradoria Geral da República, que gerou um pedido de abertura que foi parar nas mão do Ministro Edson Fachin, que vai ser decidido no plenário do STF? E, tem uma mentira no meio disso?
Quem diria que, agora, o ex-deputado, que fez um conjunto de perguntas contra o presidente Michel Temer que evidenciaram uma disputa entre eles e, principalmente, um sentido de vingança, agora tomou uma atitude que serve para a defesa do presidente?
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“É um falastrão”, disse Temer sobre Joesley Batista a quem acusa de um dia dizer uma coisa e depois falar outra e que muitos não levavam a sério o que ele dizia nos corredores do poder. O presidente apontou o dedo para o empresário, a quem acusou de não ter palavra que deveria receber confiança, e recebeu apoio, agora, do ex-deputado Eduardo Cunha. Sem dúvida, foi a surpresa do início da semana que os dois tenham pulado para o mesmo lado do campo contra o megaempresário milionário “falastrão”.
A crítica da defesa de Eduardo Cunha, revoltada com os benefícios concedidos pelo Ministério Público Federal (MPF) aos delatores ligados à JBS ( dispensa de prisão; permissão para morar nos Estados Unidos” entrou no coro das contestações realizadas pelos outros delatados.
O momento político brasileiro tem revelado muitas surpresas, inclusive dentro do Poder Judiciário. Quem era inimigo há pouco tempo, poder virar amigo. E, o presidente Temer pode preparar um novo pronunciamento para trucar também: Onde estão as provas do pagamento mensal a Eduardo Cunha desde a prisão dele? E os senhores Ministros do STF julgarariam o presidente sem provas? Ou, elas existem de verdade. “Truco, Joesley!”
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