Coluna Alta • atualizado em 23/10/2016 às 15:08

Eleições, imagens desgastadas e oportunidades de vitórias

A última semana da campanha eleitoral para prefeito de Goiânia tem Iris Rezende (PMDB) em vantagem contra Vanderlan Cardoso, segundo as pesquisas eleitorais, (PSB) com natural ânimo maior pelo lado dos peemedebistas. Os dois chegam à reta final em condições adversas, mas que a história pode contribuir para entender o cenário da disputa do poder na capital.

O ambiente favorável a Iris Rezende está construído há mais de 3 anos quando a avaliação negativa do atual prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, já dava sinais de que não conseguiria recuperação. A tal falada crise do lixo e da saúde levaram a uma imagem ruim que foi cristalizada após a eleição que, curiosamente, deu ao atual prefeito, um mandato em primeiro turno. Ou seja, o sucesso da eleição do petista foi destruído. Estava posto o ambiente ideal para a candidatura de Iris Rezende. Simplesmente, ele faz campanha para “consertar a anarquia” e pouco aparece um projeto de governo para o futuro da cidade.

Ao observar os fatos históricos, que a jornalista Cileide Alves sempre se refere para analisar a biografia de Iris Rezende – Ela desenvolve uma pesquisa para lançar um livro sobre o assunto – é possível compreender o atual momento da disputa pela prefeitura de Goiânia. Ele sempre ocupou o espaço político, e foi bem sucedido, quando administradores tinham desgaste junto ao eleitorado. Assim, ocupou o poder em momentos bastante favoráveis.

Basta observar como foi em 1982 na esteira do desgaste da administração de Ary Valadão e ele foi eleito governador de Goiás. Ele foi sucedido por Henrique Santillo que chegou ao final do governo com sérios problemas de imagem por causa da situação financeira do Estado, principalmente, e com salários atrasados até 6 meses. Servidores públicos faziam greve de meses em protesto contra a situação. Naquele momento, Iris rompeu com o governo de Santillo. Candidato em 1990, Iris venceu com o discurso da retomada.

Em 1998, num ambiente em que a administração de Maguito Vilela (PMDB) era o governador, e podia candidatar-se novamente, que era bem avaliada, a derrota para Marconi Perillo tem, entre os vários ingredientes, o desejo de mudança que Iris não podia abraçar. O peessedebista foi beneficiado.

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Em 2004, para prefeito de Goiânia, Iris entrou na esteira do desgaste da administração de Pedro Wilson (PT) que administrava a cidade e procurava a reeleição. Com crítica dura, a campanha do peemedebista apelidada o prefeito de “paradão”. Ele foi para o segundo turno e venceu Pedro com o mesmo discurso da retomada.

Em 2010, Iris disputou o governo e o ambiente de desgaste da administração de Alcides Rodrigues era o cenário ideal para ele. Mas, Perillo novamente entrou na disputa e, com discurso de oposição, conseguiu se beneficiar dele e alcançou a vitória contra Iris. Perillo desarmou Iris.

Em 2014, a disputa eleitoral tinha, um ano antes, novamente, o cenário ideal para Iris Rezende por causa do desgaste da imagem do governador Perillo. No entanto, com obras e investimentos, o governador do PSDB conseguiu uma impressionante recuperação da imagem que os peemedebistas acusam o governo de Dilma Roussef por causa dos empréstimos dados ao governo goiano.

Os fatos, então, mostram que Iris Rezende consegue vitórias eleitorais em ambientes de desgaste dos administradores e, hoje, em Goiânia, está configurada a mesma situação.

Haveria alguma condição para Vanderlan Cardoso inverter o atual cenário? Há muito mais adversidades do que possibilidades para o candidato a prefeito do PSB. Como fazer campanha em oposição a Iris Rezende, a Paulo Garcia, e com a intensa campanha do PMDB que promoveu a ampliação da rejeição dele? A campanha de Cardoso não conseguiu sair da armadilha, ou, não entendeu o cenário. E, se entendeu, talvez, tarde demais.


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