Coluna Alta • atualizado em 01/11/2016 às 22:25

Iris Rezende insiste que a Saneago é da prefeitura de Goiânia, apesar da concessão

O prefeito eleito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), insiste que a Saneamento de Goiás (Saneago) é da prefeitura da capital baseado em contrato de concessão encerrado em 2010. Na visão dele, a renovação do contrato entre a administração municipal e o Estado, autorizada pela Câmara de Goiânia, deve ser rompido.

“Quando foi para conceder mais 30 anos, eu chamei atenção dos vereadores: não façam isso, isso é um golpe que estão fazendo a cidade de Goiânia e nós não podemos aceitar. Eu não quis me intrometer, não fui atrás de negociações que estariam sendo feitas entre governo e empresa, até em respeito, eu não tinha autoridade nenhuma. Mas, empossado, imediatamente vou tomar conhecimento dessa situação, não vou aceitar nada que possa prejudicar Goiânia, mas não vou mesmo. Se for necessário levanto esse povo de Goiânia, entupimos as praças, mas não vamos aceitar golpe”, afirmou Iris, em entrevista ao Diário de Goiás.

Renovado recentemente, não há nenhum empecilho jurídico no contrato de concessão renovado entre a prefeitura de Goiânia e a Saneago, até o presente momento. A gestão municipal criou uma nova agência de regulação para acompanhamento do contrato e, inclusive, a prefeitura tem, no novo acordo, direito de participar do conselho de administração da empresa de saneamento.

Sem Goiânia, a Saneago quebra

“Sou favorável a renovação da concessão da Saneago. Porque não sou irresponsável. Não sou oportunista. A renovação significa aumento dos royalties que a cidade recebe. Goiânia é o maior cliente da Saneago, se nós sairmos da Saneago, nós quebramos a Saneago, não é uma posição de estadista, é oportunista, eleitoral, fisiológica”, disse o prefeito de Goiânia, em entrevista à Radio Vinha e ao Diário de Goiás.

“GOIÂNIA É O MAIOR CLIENTE DA SANEAGO, SE NÓS SAIRMOS DA SANEAGO, NÓS QUEBRAMOS A SANEAGO”

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Por outro lado, em vários momentos da campanha eleitoral, o prefeito eleito, Iris Rezende, declarou a intenção de romper o contrato de concessão entre a prefeitura de Goiânia e a Saneago.

Ele acusou a aprovação da renovação na Câmara Municipal de Goiânia como um ato suspeito. “Foi na calada da noite. Que me perdoem os detentores do poder. A prefeitura iria receber daqui a quatro, cinco anos o serviço de água e esgoto. De repente, a prefeitura dá mais 30 anos de concessão. A cidade não pode aceitar isso. Ela tem que se posicionar, fazendo negociatas às custas do povo. Eu, sendo prefeito, não vou aceitar esta lei que a câmara aprovou nas caladas da noite”, disse ele, em sabatina na sede da Associação Comercial e Industrial de Goiás (ACIEG), no dia 19/10/16.

Servidores discordam

Com a posição do prefeito eleito, a reação dos servidores da empresa foi de contestação. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas (STIUEG), Washington Fraga, Iris Rezende está desinformado.

“A nova lei dá amplos poderes ao município de participar da gestão do serviço prestado ao município. Ou seja, hoje tem que ter o Conselho Municipal de Saneamento. Participam deste Conselho a OAB, os vereadores, o CREA. Este Conselho é onde será discutido a viabilidade do Plano Municipal de Saneamento de Goiânia. A prefeitura tem participação ativa neste Conselho, autonomia do município é amplamente respeitada”, disse ele, ao Diário de Goiás.

 

 


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