Coluna Alta • atualizado em 02/06/2020 às 14:54

“Não existe, não tem milícia em Goiás. Aqui bandido não cresce”, diz Caiado

Caiado: "É momento de distensionar (na política) (Foto Divulgação)
Caiado: "É momento de distensionar (na política) (Foto Divulgação)

A afirmação do governador Ronaldo Caiado (DEM) foi feita em debate do programa Segunda Chamada canal My News ao respondem questionamento de Mara Luquet. Ela perguntou se havia um mapeamento da milícia no Estado de Goiás e, com o estilo enfático que carrega, o chefe do Executivo goiano os resultados conquistados pela atuação independente das forças segurança.

Para complementar, de forma direta, Caiado reforçou que esse tipo de grupo de atuação ilícita dentro da polícia, em Goiás, “Não existe, não tem milícia em Goiás. Aqui bandido não cresce”. Participaram do debate, também, Antonio Tabet, Creomar de Souza e Carlos Andreazza,

“Em um ano e meio temos melhor índice [de segurança] no País. Para se ter ideia, Goiânia já chegou a ter 30 assaltos carro por dia, hoje passamos até uma semana sem registrar nenhum. Temos combatido fortemente a rota de droga também”, exemplificou. O governador lembrou que saúde e segurança foram os dois principais pontos de sua campanha: “a segurança já conseguimos resolver, e com relação à saúde estamos lutando fortemente”.

Tempo de diálogo

A principal defesa de Caiado para o momento crítico na política nacional é a orientação para o diálogo como único caminho para retomada da ordem no Brasil. Como complemento, disse ele, é necessário total atenção para a população que tem as necessidades ais imediatas. “É momento de distensionar”, frisou ele.

Como médico, Caiado deu nome e sobrenome ao maior inimigo do Brasil no momento: Covid-19. Nesse contexto, avaliou que é preciso impedir o avanço desse agente invisível, que se torna tão palpável quanto maligno no momento em que causa a morte de algum ente querido ou gera outros efeitos, como o desemprego. “[O coronavírus] é o nosso adversário primeiro. Depois vem o quadro da fome, do desemprego e da crise social, que estão dando primeiros passos e precisamos atuar”, concluiu.

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Sobre os temas que estão em alta no País, especialmente os protestos de rua, que se dividem entre favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro. Conforme avaliou Caiado, apesar da polarização, o cenário leva a um senso comum: “Juntar crises econômica, sanitária e política num caldeirão só vai dar naquilo que ninguém quer para o Brasil”.

Caiado salientou que o momento pede, mais do que nunca, sintonia entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ressaltou que a democracia precisa ser “reconhecida e respeitada” por todos, e que ela não surge a partir da aniquilação do presidente da República, do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal (STF). “Confrontar não fortalece o processo democrático, pelo contrário, fragiliza. E é contra isso que temos que nos posicionar”, opinou sobre as manifestações registadas em São Paulo no último domingo (31/5).

O governador defendeu que o espaço para discussões é o Congresso Nacional, onde estão os representantes do povo e se concentram os projetos de Lei que vão afetar diretamente a vida do cidadão brasileiro. “O Congresso não pode ser transferido para a Avenida Paulista”, pontuou. E ainda chamou a atenção para o poder do voto. “Não existe democracia sem que tenha um Congresso representativo. Ponto. Se não está satisfeito, eleja outros em 2022.”

Ao ser questionado sobre a postura de Bolsonaro na condução da pandemia, Caiado esclareceu que o tem aconselhado no sentido de construir uma agenda conjunta com os demais Poderes. “Naquilo que eu puder contribuir, vou contribuir para convergir”, disse. Mesmo assim, o governador acredita que o momento é de voltar os olhos para o controle da crise, e não de discutir processo de impeachment, o que só elevaria o cenário conturbado do País. “Não aprovo qualquer ação de afastamento.”


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