Ao assumir o cargo de secretário de segurança pública, Ricardo Balestreri, fez a defesa do policiamento em que o profissional atua junto com a comunidade.
Ele criticou o policiamento feito com a circulação de viaturas e chegou a classificar como um atraso que não deu certo nos EUA, na década de 60.
Assim, repetiu o discurso já difundido por diversos secretários e comandantes da Polícia Militar de Goiás na defesa do policiamento comunitário.
Presente na posse, o comandante da PMGO ouviu, apenas.
Na entrevista coletiva Balestreri opinou que não gosta do termo “policiamento comunitário “.
Leia Também
Pergunta de um jornalista : O que seria a polícia comunitária?
Balestreri – Eu nem gosto muito desse termo polícia comunitária porque no Brasil virou uma salada de frutas, ninguém mais sabe do que estamos falando quando dizemos isso. Eu prefiro um termo mais técnico que é “polícia de proximidade”, é aquela que convive no dia-a-dia com o cidadão, que sabe quem somos e onde moramos, que sabemos o nome e sobrenome, que sabe onde estão os focos de delinquência dentro da comunidade. É um modelo que já tivemos intuitivamente no passado, as pessoas de mais de 50 anos lembram de Cosme e Damião. Mas hoje temos conhecimento científico que para implementar processo de polícia aproximada da população, ela se nutre na parceria com a população. Então, muita gente diz “Temos efetivo para isso?”. No mundo inteiro, quando o efetivo é baixo, você aproxima a polícia do povo. Porque assim os líderes se intensificam, se tomam de um poder representativo, passam a estabelecer com eles a maior rede de informações de inteligência, que é a rede autônoma e espontânea da comunidade. Nós temos que valorizar o cidadão comum e lembrar que a polícia não é do governo, é da sociedade. Precisamos ter uma polícia do povo. É administrada pelo Estado, mas não nos pertence. Você só estabelece redes de inteligência formal com a população quando ela confia no policial. Mas você só confia em quem está perto de você, que você convive, que sabe os valores. Então, temos que alterar o modelo, começar intensamente um processo de superar o modelo de polícia circulatória, que dá sensação de segurança, mas também o modelo do policial preventivo. O policial, antes de tudo, é alguém que evita que o crime aconteça. Estamos acostumados no Brasil a pensar na polícia apenas responsiva, que chega depois, que reage. Precisamos da polícia que protege e evita que o crime aconteça e para isso ela tem que estar perto de nós