Três grandes e poderosos empresários (e milionários) estão no páreo como pré-candidatos à cadeira de prefeito da maior cidade goiana: Vanderlan Cardoso (PSD), Sandro Mabel (UB) e Leonardo Rizzo (Novo). O setor empresarial vê com bons olhos a possibilidade de emplacar um parceiro dos seus projetos no comando de Goiânia e realizar um sonho de há muito tempo.
Mas, sendo tão consolidados economicamente e independentes o suficiente de amarras político-partidárias (Sandro, por exemplo, mudou de partido de uma hora para outra), uma análise comparativa entre eles mostra que existem muitas diferenças entre eles. E suas condições políticas também evidenciam que ainda há muito o que consolidar.
Sobre experiência política e eleitoral, dos três pré-candidatos empresários, Vanderlan Cardoso leva vantagem quando se trata da prefeitura de Goiânia. Ex-prefeito de Senador Canedo, esteve nas disputas eleitorais da capital (perdeu para Iris Rezende e para Maguito Vilela), com o nome em evidência e chegou até a ganhar em várias zonas eleitorais. Além disso, acumulou a experiência recente como senador. Enfim, é tarimbado sobre administração privada e pública. Não se pode negar isso.
Já Sandro Mabel é conhecido por ser bem-sucedido na área empresarial e, como líder deste segmento, chegou à presidência da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), entre outras entidades. Não há dúvidas sobre a experiência política angariada como deputado federal e articulador de bastidores de Brasília durante o governo de Michel Temer. Mas, sem disputar eleições desde 2012, está enferrujado.
Como ele mesmo afirmou, estava inativo e foi “desaposentado” pelo governador Ronaldo Caiado. E, a última disputa que teve em Goiânia, foi derrotado por Darci Accorsi (PT) em 1992. Mabel, que na época usava uma garça na sua propaganda, está enferrujado sobre a capital.
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Recentemente, em entrevistas, Mabel demonstrou dificuldades em fazer uma análise mais pontual sobre temas que angustiam o morador da capital na área da saúde, da educação, do trânsito e mobilidade e transporte coletivo. Ele afirmou que em dois meses estará com planos elaborados, no entanto, precisa de atualizar muito mais rápido.
Enquanto Mabel busca encontrar o que propor para a cidade, Vanderlan fala em reciclar o plano de governo que apresentou na campanha passada.
Sobre o terceiro pré-candidato do setor empresarial, Leonardo Rizzo, há o notório reconhecimento público ao seu sucesso no ramo imobiliário. Porém, ele não tem experiência alguma no Executivo, que pleiteia pela primeira vez, e nem no Legislativo. Concorreu à vaga de senador em 2022 e foi o menos votado em Goiás.
Fora isso, a despeito de ter o nome referenciado no setor empresarial em que milita, carrega um certo “senão” a respeito de como conciliaria seus interesses empresariais com os da cidade. Isto porque, em entrevistas, ele já confirmou ser proprietário de 20 mil lotes em Goiânia. Nesse caso, como prefeito, enfrentará dúvidas sobre medidas relacionadas à urbanização da cidade. Por exemplo, ao aprovar obras, a abertura ou fechamento de uma rua contendo lotes de sua propriedade, sua isenção poderá ser questionada.
Contra Mabel e Vanderlan, Rizzo está em explícita desvantagem e não será surpresa se sua pré-candidatura não resistir ao sufocamento causado pelos outros dois concorrentes.
Com prós e contras, o sonho de eleger um prefeito de Goiânia está mais perto do que jamais esteve para o setor reunido, principalmente no Fórum Empresarial e no Codese (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). Não que o setor precise de um prefeito para que seus projetos sejam priorizados, pois o prefeito Rogério Cruz, por exemplo, foi amplamente elogiado por receber e bancar as pautas do segmento numa das reuniões na sede da Fecomércio de Goiás.
Do mesmo modo, o ex-prefeito Iris Rezende realizava reuniões frequentes com o CODESE, apesar de atender de forma limitada ao segmento. Agora, a realidade é outra e a perspectiva de poder de um prefeito aliado está mais próxima.
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