Coluna Alta • atualizado em 27/05/2017 às 23:22

Os últimos dias de Temer

Presidente Michel Temer em solenidade no Palácio ( Foto Lula Marques/AGPT)
Presidente Michel Temer em solenidade no Palácio ( Foto Lula Marques/AGPT)

As piores duas semanas do mandato de Michel Temer (PMDB) na presidência da República foram as últimas ou elas ainda estão por vir? A primeira semana da crise foi um grande terromoto que dava a impressão de terra completamente arrasada. Mas, Temer sobreviveu. Na segunda, o terremoto teve intensidade esparsa e distribuída com outros personagens (No caso, Aécio Neves, entre eles) e a sobrevivência foi a possível.

A defesa do presidente conseguiu levantar suspeitas sobre a gravação feita pelo empresário Joesley Batista, da empresa JBS. Na tática penal, a dúvida lançada sobre a prova pode atuar a favor do réu, no caso em tela. No consenso, foi possível perceber que foi uma grande trapalhada o pedido do processo contra o presidente sem a devida, e obrigatória, perícia na gravação e no dispositivo utilizado para a captação do áudio.

Na segunda semana do ápice da crise, até agora, o Judiciário teve que voltar atrás para decidir pela abertura do processo contra o presidente somente após a finalização da perícia.

Nesta mesma semana, o presidente Temer tomou uma atitude que piorou a avaliação dele ao chamar as Forças Armadas para dar segurança na Esplanada dos Ministérios sem consultar ninguém, muito menos o governador do Distrito Federal, que é o responsável pela segurança na área. O presidente teve que ouvir de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, que foi pedida a Força Nacional e não as Armadas. Mas, talvez, por um erro de digitação, o texto do Decreto saiu com a grande surpresa da semana. Mas, Temer voltou atrás no dia posterior.

O presidente enfatizou, em um pronunciamento, que o governo segue na normalidade, que tem conseguido aprovar medidas na Câmara dos Deputados e no Senado, e que esforçou-se muito para dizer que a base política dele está coesa na votação dos projetos importantes, entre medidas provisórias, principalmente.

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Os últimos dias de Temer poderiam ser piores? Sim, mas não significa que os próximos serão melhores do que esta semana que chega ao fim. O PSDB ainda não desembarcou do governo e enquanto ele ficar lá, como segundo maior partido a dar sustentação para Temer, o presidente poderá manter um certo grau de segurança maior no cargo.

Nestes dias, o Brasil conheceu um novo presidente: Aquele fala forte; Que classifica homens que estão entre os mais ricos do mundo como “criminosos”; Que bate a mão na mesa e diz que fica e, se quiserem, podem tirá-lo de lá à força; Que se defende com voz ativa, apesar da gravação do Joesley mostrar que ele é suave nas conversas amenas das altas horas. O novo Temer sobreviveu aos últimos dias, mas terá que lutar muito nos próximos.


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