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Peça teatral em homenagem a Clarice Lispector, fica em cartaz até o próximo domingo (28)

Marilene Grama, na interpretação de "Minhas Queridas", em homenagem a Clarice Lispector.

Marilene Grama, na interpretação de "Minhas Queridas", em homenagem a Clarice Lispector. Foto: Eduardo Petrini

A peça “Minhas Queridas, inspirada no livro homônimo, em homenagem aos 100 anos de nascimento da escritora Clarice Lispector e realizada pela Cia. De Teatro Diversão e Arte, permanece em cartaz de forma online e gratuita, até o próximo domingo (28), por meio do YouTube, Facebook e Instagram da companhia teatral.

A montagem reúne trechos das cartas íntimas escritas por Clarice Lispector para as irmãs Elisa e Tânia, sobre “um mundo de representação” de uma “esposa de diplomata”, relacionado aos 15 anos em que viveu no exterior, acompanhando seu marido, o diplomata Maury Gurgel Valente.

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Com sessões agendadas para às 20h da sexta-feira e às 19h de sábado e domingo, o espetáculo contará com a participação de chat sobre a adaptação e a obra, após a apresentação, com convidados especiais.

Sob direção e dramaturgia de Stella Tobar, direção musical e trilha sonora original de Sérvulo Augusto, cenário de Kleber Montanheiro, figurinos de Carol Badra e interpretação de Marilene Grama e Simone Evaristo, “Minhas queridas” retrata marcas profundas de um período transformador na vida da escritora, que faleceu aos 57 anos, deixando um vasto legado de contos, crônicas e romances.

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Nas cartas, Clarice Lispector expõe as lembranças e ressentimentos em relação aos pais e as consequências da emigração forçada, durante a guerra na Ucrânia. As angústias em relação à sua produção literária, a maternidade e o papel que Clarice representou no ambiente diplomático frequentado pelo marido, também são representadas. O texto traz, ainda, reflexões inspiradoras e profundamente humanas, capazes de emocionar os amantes da escritora e estimular o interesse de leigos em relação à obra clariceana.   

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Para a diretora Stella Tobar, transmitir uma narrativa tão intimista como Minhas Queridas, em formato online, sempre será um desafio. “Estamos aprendendo como o teatro pode dialogar com essa plataforma e a linguagem audiovisual. A filmagem prioriza planos mais próximos e conduz o olhar do espectador para que a beleza contida nas cartas seja transmitida com a mesma potência e profundidade”, acrescenta.

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Em janeiro de 2020, o espetáculo foi encenado para a população de forma presencial, no Sesc Pinheiro, com lotação esgotada em toda a temporada. Em 2018, foi contemplado com o PROAC – Edital de montagens inéditas, da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa e em 2019 percorreu 10 cidades do interior de São Paulo. O projeto de levar o espetáculo para outras cidades acabou abandonado, por conta da pandemia da Covid 19.

“Nossa homenagem aos 100 anos de nascimento dessa genial escritora não poderia ser interrompida de maneira tão traumática. Por isso, mesmo sem as sessões presenciais, longe do calor do público, decidimos retomar o espetáculo e fazer as adaptações necessárias para resgatar parte do legado literário de Clarice, usando as ferramentas possíveis em tempos de coronavírus, afirma o diretor de produção da obra, João Luís Gomes.

“Entrar em contato com a intimidade de Clarice Lispector por meio de cartas tão pessoais, as quais ela jamais imaginou que chegariam ao público é um deleite e uma responsabilidade ao mesmo tempo, quando a proposta é adaptá-las ao teatro. O período em que as cartas às irmãs foram escritas tem dores e delícias, e acho que o espetáculo opta por mostrar preferencialmente o momento difícil de uma escritora em adaptação à vida fora do país e sua dificuldade em escrever em meio às circunstâncias. Esse recorte foi uma escolha minha, o que mais me tocou na biografia dela nesse período”, ressalta Stella Tobar.

Redação AT Online: