O bloqueio orçamentário no valor de R$ 366 milhões anunciado pelo Ministério da Educação na última quinta-feira (1º), aumentou ainda mais a tensão nas instituições federais de todo país. A Universidade Federal de Goiás (UFG), é uma das instituições de ensino superior (Ifes) atingidas pelo mais recente corte sofrido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
De acordo com a instituição, caso o bloqueio de recursos não seja revertido, no mínimo 1.500 bolsistas de mestrado, doutorado, pós-doutorado e residentes da área da saúde da Universidade podem ficar sem receber o pagamento das bolsas do mês de dezembro. Somadas, essas remunerações equivalem a aproximadamente R$ 4 milhões.
A Universidade explica que desde o primeiro momento, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da UFG, em conjunto com o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop) e o Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Copropi), procurou se inteirar da veracidade da informação e de como esses cortes estavam sendo feitos no Ministério da Educação e na Capes.
Assim, o pró-reitor da PRPG, Felipe Terra, afirma que a pró-reitoria e a Universidade ficaram atentas e articuladas junto a esses fóruns, mobilizando as representações políticas no Congresso Nacional e também por intermédio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
De acordo com o gestor, estes bloqueios precisam ser revertidos com urgência para evitar prejuízo aos bolsistas. “O impacto pode ser desastroso não só na atividade da pesquisa em si, mas também no cotidiano dessas pessoas que na grande maioria dependem única e exclusivamente dessas bolsas para viver”, afirma.
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Em nota, a UFG informou que já se encontrava com muitas dificuldades após o corte ocorrido no meio do ano. De acordo com a instituição, a situação se agravou ainda mais, pois foi bloqueado o pouco que tinha reservado para os compromissos mais importantes, incluindo manutenção do funcionamento do restaurante universitário, viagens para aulas práticas, materiais e alguns equipamentos.
Ao todo, foram bloqueados 2,4 milhões da UFG, sendo ⅓ referente a Assistência estudantil (Restaurante Universitário). Ainda em nota a instituição disse que foi anunciado pelo MEC que a UFG não irá receber o financeiro referente ao mês de dezembro, mesmo para os compromissos cujo empenho já estavam executados. Portanto, não teremos como efetuar pagamentos este ano.
”Também estamos preocupados com a notícia de que o MEC não terá como pagar em dezembro os médicos residentes de hospitais federais e os bolsistas da Capes. Estamos de mãos atadas, estarrecidos, aguardando alguma decisão por parte do Ministério da Economia que reverta, o quanto antes, esta absurda situação”, afirma a UFG.
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