O conjunto de peças é formado por um colar, anel, relógio e marca de brincos de diamantes
A história é antiga, mas só veio a público nesta sexta-feira (3): o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro tentou trazer ao Brasil, de forma ilegal, joias com diamantes avaliadas em mais de R$ 16 milhões. Apesar de serem presentes do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a forma com que um assessor tentou entrar com as peças no Brasil, foi totalmente irregular.
As informações, divulgadas pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e TV Globo confirmaram, ainda, que as tais joias foram dadas à comitiva brasileira em outubro de 2021, quando Bolsonaro foi ao país, e para retornar, o estojo com os valiosos acessórios retornou em um voo onde estavam presentes o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do ex-ministro.
As joias, claro, estavam na mochila de Marcos André, pois o assessor sempre acaba pagando o pato e quando ele passou pela alfândega do Aeroporto de Guarulhos, a Receita pediu para que colocassem a mochila no raio-x e, depois, agentes decidiram revistar a mochila. Ao encontrar os acessórios, os fiscais retiveram-nas.
Isso aconteceu porque, de acordo com a lei, para entrar no Brasil com mercadorias acima de R$ 1 mil, o passageiro precisa pagar imposto de importação equivalente a 50% do valor do produto. Além disso, quando o passageiro omite o item, que foi o que aconteceu na ocasião, é necessário para uma multa adicional de 25% do valor, que ficaria, mais ou menos, R$ 12 milhões apenas para reaver as joias.
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Bento Albuquerque afirmou ao Estado de S. Paulo que as joias eram para Michelle, mas que nem ele, nem o assessor não tinham conhecimento do conteúdo dos estojos. O conjunto, que ficou com a Receita Federal, ainda segundo o jornal, era formado por um colar, anel, relógio e marca de brincos de diamantes. Também havia um certificado de autenticidade da marca Chopard.
Além de toda essa história, o Estado de S. Paulo também afirmou que, em 28 de dezembro de 2022, dias antes de Bolsonaro deixar a Presidência e ir para os Estados Unidos, o governo fez uma última tentativa. Nela, Bolsonaro enviou um ofício para a Receita pedindo a devolução dos bens, o que não aconteceu.