Até mesmo a faixa presidencial, este pedaço de tecido, foi motivo para que apoiadores do ex-presidente Bolsonaro duvidassem da posse de Lula
É claro que, para quem canta hino nacional para um pneu vai criar caso com uma faixa presidencial. Isso aconteceu depois que alguns apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perceberam que a faixa que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu em sua posse, no último domingo (1º) era diferente da de Bolsonaro em 2019. Até mesmo a atriz Regina Duarte fez uma publicação comentando sobre isso. Acontece que este pedaço de tecido veste o presidente empossado apenas de forma simbólica, e não precisa ser sempre a mesma.
Ou seja, embora sejam diferentes, ambas faixas são igualmente autênticas. Inclusive, a faixa exibida por Bolsonaro ao ser empossado, em 2019, e que ele se recusou a entregar para Lula, já que viajou para os Estados Unidos no último dia 30, foi comprada pelo próprio petista. Quando o atual presidente assumiu pela primeira vez, em 2003, o adereço em uso havia sido adquirido por Fernando Collor de Mello, em 1991, numa versão idêntica à anterior, que vinha em uso desde a ditadura.
Depois disso, uma nova faixa presidencial foi encomendada no início do primeiro mandato do petista, mas a compra só foi concluída em 2007, após polêmicas e críticas ao preço do item, que custou R$ 55 mil nos valores da época. Portanto, com a demora, a primeira presidente a tomar posse com a peça foi Dilma Rousseff, no início de 2011. Mas a história fica ainda mais complexa, pois entre os mandatos da petista a faixa sumiu e ela voltou a exibir o modelo antigo em de 2015.
Depois do impeachment de Dilma, foi a vez de Michel Temer usar a faixa presidencial da época de Collor. De toda forma, a versão nova foi encontrada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e entregue por Temer a Bolsonaro há quatro anos. Ou seja, desde então, Bolsonaro só foi visto com a peça comprada por Lula, quando precisava usá-la, claro. Agora, os dois adornos, o antigo e o mais recente, serão mantidos dentro de um cofre durante quase todo ano, saindo somente para as solenidades do Dia da Independência e das trocas de gestão a cada eleição.