Acusação vem após deputado protagonizar série de atitudes e comentários preconceituosos
O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) denuncia Nikolas Ferreira por transfobia. A acusação, segundo a coluna Maquiavel, da revista Veja, vem após um vídeo publicado pelo parlamentar em junho do ano passado, quando o atual o deputado federal do PL ocupava uma cadeira na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, intitulado “Travesti no banheiro da escola da minha irmã”.
Apesar da denuncia ser feita por este episódio específico, são várias as atitudes e os comentários de Nikolas Ferreira em relação à mulheres transexuais. Uma das mais recentes foi quando o parlamentar foi acusado do crime por discurso na Câmara no Dia da Mulher, há quase um mês, no dia 8 de março.
Na ocasião, o deputado se diz chamar Nikole e declara: “Hoje eu me sinto mulher. Deputada Nicole […] As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo de tudo isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade […] Ou você concorda com o que estão dizendo ou, caso contrário, você é um transfóbico, um homofóbico e um preconceituoso”, disse.
A denuncia do MP-MG, porém, é, como dito acima, sobre um vídeo publicado no ano passado, quando ainda era vereador de Belo Horizonte. Como título “Travesti no banheiro da escola da minha irmã”, o bolsonarista expôs uma menina transexual que foi abordada no banheiro feminino de um colégio particular da cidade.
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“Eu que sou um homem, eu posso amanhã me sentir uma mulher e entrar no banheiro cheio de mulher, ou seja, basicamente o que eles estão fazendo é que um homem, que é um potencial estuprador, fique num ambiente cheio de mulheres, né?”, afirmou o deputado. Os procuradores do ministério garantiram que a declaração de Nikolas é carregada de “preconceito” e evidencia “discriminação” contra pessoas transexuais.
Uma pessoa condenada por transfobia pode pegar de dois a cinco anos de prisão. No caso de Nikolas, o MP pediu a suspensão dos direitos políticos de Nikolas e o pagamento de uma indenização por dano moral coletivo. O caso tramita na esfera estadual por se tratar de período em que o bolsonarista não era deputado federal, mas vale lembrar que o parlamentar é alvo de outras representações por fala transfóbica na Câmara.