Os empresários brasileiros estão mais pessimistas em relação aos negócios para os próximos 12 meses, como aponta o estudo International Business Report (IBR), realizado pela auditoria e consultoria Grant Thornton. O índice do Brasil no 3º trimestre de 2017 foi de 26%, queda de 6 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. O levantamento avalia a expectativa de 2.500 líderes de mercado em 35 economias.
“No trimestre anterior os empresários superestimaram a retomada da economia com a expectativa de aumento do otimismo ainda em 2017, principalmente com a estabilidade da inflação e leve redução do desemprego. Essa expectativa não se concretizou devido à instabilidade política gerada pelo travamento de reformas como a previdenciária e o não controle de gastos públicos por conta do Governo Federal, reduzindo a perspectiva de redução da dívida pública elevando para 2018, em R$ 44,5 bi o total de gastos da máquina pública”, destaca Daniel Maranhão, sócio líder da área de auditoria da Grant Thornton.
Apesar de ter melhorado 16 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, o Brasil ainda está bem abaixo da média global, que foi de 49%. O país vem apresentando redução no otimismo nos últimos quatro levantamentos – no 4º trimestre de 2016, o índice foi de 59%; caindo para 50% (1º trimestre de 2017) e 32% (2º trimestre), até chegar aos 26% da pesquisa atual.
“Para 2018 podemos ter uma melhora, principalmente se confirmar a expectativa de economistas de uma inflação para 4,06 % e aumento do PIB para até 2,50%, com melhora no mercado de trabalho e retomada do consumo das famílias. Além disso, o cenário político com as eleições presidenciais se tornará um fator determinante para a retomada do otimismo pelos empresários”, destaca Maranhão.
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Outros indicadores
A pesquisa apresentou quedas consideráveis em diversos indicadores como Pesquisa & Desenvolvimento (29%), redução de 18 pontos percentuais; Rentabilidade (52%) e Empregabilidade (32%), que caíram 16 pontos percentuais; Crescimento Salarial (74%), redução de 14 pontos percentuais e Receita (63%), 9 pontos percentuais a menos. O Brasil aparece em 21º lugar entre todos os países pesquisados em relação a investimentos em tecnologia, com 38%.
Confira a evolução dos demais indicadores no Brasil:
Setor
Indicador
Variação trimestral
Crescimento salarial
74%
– 14 pp
Receita
63%
– 9 pp
Incerteza econômica
54%
-6 pp
Rentabilidade
52%
– 16 pp
Burocracia
34%
– 3 pp
Empregabilidade
32%
– 16 pp
Preços de venda
32%
– 3 pp
Pesquisa & Desenvolvimento
29%
– 18 pp
Exportação
18%
– 6 pp
Custos de Energia
18%
-3 pp
Escassez de Talentos
18%
-2 pp
Ranking global
No ranking global, o Brasil perdeu 8 posições, saindo da 17ª para 25ª colocação, se posicionando à frente da Rússia (26º), Reino Unido (27º) e Japão (35º). Os países mais otimistas são Indonésia (100%), Finlândia (92%) e Holanda (88%). Os piores indicadores são do Japão (-14%), África do Sul (-6%) e Grécia (-4%).
Quem mais cresceu em relação ao trimestre anterior foi a Estônia, com 36 pontos percentuais, já a Espanha foi a que mais caiu (25 pontos percentuais). Quando comparado com o ano anterior o maior avanço foi detectado no Canadá 29 pontos percentuais e a Irlanda teve a pior queda -16 pontos percentuais.
Cenário Mundial
Globalmente o otimismo registrou (49%), queda de 2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e crescimento de 14 pontos percentuais quando comparado com o mesmo período do ano passado. Das grandes potencias, a China apresentou 52%, crescimento de 4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.
Os Estados Unidos, com 70%, e a União Europeia, com 47%, tiveram queda de 11 pontos percentuais e 3 pontos percentuais, respectivamente. Um dado preocupante na Europa foi a queda de países com economia forte como Espanha (-25 pontos percentuais); Reino Unido (-13 pp); Alemanha (-8 pp) e França (-2 pp).
(Com informações da assessoria da Grant Thornton)
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