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Renovação na Câmara de Goiânia é menor do que se imagina

Texto de Cileide Alves, originalmente publicado no blog da jornalista


Apenas 13 dos 30 vereadores que disputaram a eleição em Goiânia voltarão no próximo ano, uma renovação de 62%. Em 2012 se reelegeram 19 parlamentares, mudança de 58%. Mas se se levar em conta a eleição dos estreantes que são herdeiros políticos e de ex-vereador a renovação é bem menor: pelo menos 18 dos 35 eleitos têm relação antiga com a política. Além disso, entre os reeleitos estão três dos mais antigos vereadores de Goiânia, com mais de 24 anos de mandato. Somente 3 dos 13 vão exercer o segundo mandato. O restante tem mais de três mandatos.

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Entre os novatos, cinco são herdeiros políticos. Sabrina Garcez (PMB) é filha da vereadora Cida Garcez, que conclui seu terceiro mandato. A vereadora teve sua candidatura à reeleição indeferida e nem fez campanha. Concentrou esforços na eleição de Sabrina, que recebeu R$ 168 mil de doações para sua campanha. Para quem não se recorda, Cida Garcez é irmã do ex-vereador Wladimir Garcez, condenado na Operação Monte Carlo e considerado um dos principais assessores de Carlos Cachoeira.

Priscilla Tejota (PSD) é mulher do deputado estadual Lincoln Tejota. Ela é nora de Sebastião Tejota, ex-vereador, ex-deputado estadual e hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e também da ex-deputada Betinha Tejota. Gustavo Cruvinel (PV) segue os passos do pai. Ele é filho de Honor Cruvinel, ex-deputado estadual, pelo PSDB, e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

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Gustavo elegeu-se em 23º lugar e declarou ter recebido R$ 500 mil de doações. O limite de gastos para a campanha de vereador em Goiânia era de R$ 519 mil. Andrey Azeredo (PMDB) é filho da jornalista e ex-deputada estadual Rachel Azeredo. O futuro vereador já foi secretário da Prefeitura nas gestões de Iris Rezende (PMDB) e Paulo Garcia (PT). Por fim, a Câmara receberá novamente em 2017 Juarez Lopes (PRTB), que já se elegeu em 2004 e em 2008.

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Entre os reeleitos estão os três mais antigos vereadores, que já transformaram seus mandatos em carreira profissional. Anselmo Pereira (PSDB) venceu sua oitava disputa e completará 32 anos de mandato na próxima legislatura. Ele foi o quinto vereador mais votado neste ano. Izídio Alves (PR) e Milton Mercez foram eleitos para o sétimo mandato, e completarão ao final dos quatro anos 28 anos de casa.

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Elias Vaz (PSB) e Clécio Alves (PMDB) voltarão pela quinta vez. Serão vereadores pelo menos por 20 anos. Paulinho Graus (PDT) vai exercer o quarto mandato. Paulo Magalhães (PSD) e Tatiana Lemes (PcdoB), o terceiro. Apenas quatro dos reeleitos exercerão o segundo mandato: Cristina Lopes (PSDB), Felisberto Tavares (PR), Wellington Peixoto (PMDB), irmão do deputado estadual Bruno Peixoto, e Zander Fábio (PEN).

Seis dos 13 vereadores reeleitos receberam menos votos em 2016 do que há quatro anos. Milton Mercez (PRP) foi o menos votado entre seus colegas. Ele perdeu 1.782 e só se reelegeu porque estava na chapa de Jorge Kajuru (PRP), que recebeu 37.796 votos, quase o dobro do quociente eleitoral, de 19,1 mil. Aliás, Kajuru foi o único dos 35 eleitos que se elegeu apenas com seus votos, sem ajuda dos votos da coligação.

Na formação de bancadas a coligação de Vanderlan Cardoso (PSB) saiu-se vitoriosa. Ela é formada por 12 partidos e terá 15 vereadores. A coligação de Iris Rezende ficou em segundo lugar, com 10 eleitos. Já a aliança liderada por Adriana Accorsi (PT) elegeu apenas quatro parlamentares, nenhum de seu PT. Quarta colocado na eleição, a coligação de Francisco Júnior também elegeu quatro vereadores. Já a do delegado Waldir elegeu apenas dois.

A fragmentação partidária aumentará em 2016, pois 22 dos 32 partidos que disputaram a eleição terão representação na Câmara de Goiânia na legislatura de 2017 a 2018: PRP, PSDB, PROS, PRB, PSB, PPS, PMB, PR, PMDB, PDT, PSDC, PSD, PSL, PC do B, PV, PRTB, PEN, PSC, PTC, PTN, DEM e PTN. Em 2012, 16 partidos elegeram vereadores

Baixa representatividade

A abstenção na eleição deste domingo (2) em Goiânia foi de 199.407 eleitores — 20,83% dos mais de 957 mil goianienses aptos a votar. O número de ausentes este ano foi bem superior ao de 2012, quando 105.587 (12,41%) não foram às urnas. Votaram em branco em 2016 37.541 pessoas (4,95% dos votos válidos) e 50.858 anularam o voto (6,71%).

Somados aos que se ausentaram, isso significa que 287.806 pessoas não escolheram vereador, número bem superior aos 213.573 votos recebidos pelos 35 vereadores eleitos. O grande número de candidatos da eleição proporcional (cada partido pode lançar duas vezes o número de vagas de candidatos), a fragmentação partidária (32 partidos disputaram a eleição em Goiânia) e a alta abstenção solidificam no eleitor a sensação de falta de representatividade dos parlamentares já no dia seguinte à eleição.

A abstenção também se refletiu na eleição majoritária. O número de ausentes superou em cerca de 10 mil a soma dos votos obtidos pelos cinco candidatos que ficaram foram do segundo turno. O delegado Waldir (PR), Adriana Accorsi (PT), Francisco Júnior (PSD), Flávio Sofiati (PSOL) e Djalma Araújo tiveram juntos 189.602 votos. Iris recebeu 277.074 e Vanderlan Cardoso, 219.981. A diferença entre eles foi de 59 mil votos, ou seja, cerca de 3 vezes menor do que o total de eleitores que decidiram não ir às urnas. Confira abaixo a lista dos vereadores eleitos e seus votos.

 

 

Fonte: Renovação na Câmara de Goiânia é menor do que se imagina – Medium

Categorias: Destaques
Altair Tavares: