Representantes do setor empresarial do estado de Goiás se reuniram nesta terça-feira (2/3) com os prefeitos Rogério Cruz e Gustavo Mendanha (prefeitos de Goiânia e Aparecida de Goiânia respectivamente) para discutirem possíveis aberturas de algumas atividades econômicas nessas cidades. Nesta agenda estavam o presidente da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Sandro Mabel.
Estas entidades defendem que atividades que foram classificadas como não essenciais — e por isso tiveram que fechar suas portas — possam reabrir imediatamente e seguindo todo o protocolo sanitário visando impedir a disseminação da covid-19. Além disso, Mabel e Baiocchi reivindicaram o retorno do comércio já na próxima segunda-feira (8), segundo eles também seguindo as normas de segurança. Em entrevista ao Diário de Goiás, Baiocchi cita alguns setores que, a seu ver, não deveriam estar fechados.
“Por exemplo, ótica. Se uma enfermeira ou um médico quebra um óculos, ele não pode esperar segunda-feira pra fazer um novo óculos para continuar trabalhando. Então entendemos que ótica é essencial. Material de construção também se torna essencial porque a construção civil, no que diz respeito às atividades de saúde, continua funcionando. Atividades de contabilistas, contadores, também, porque estamos no início do mês, temos que fazer a folha até o 5º dia útil, sexta-feira. Temos os fechamentos das empresas para gerar os recolhimentos de impostos que começam essa semana e o próprio condomínio, né, a contabilidade de mais de 5 mil condomínios só em Goiânia e Aparecida, que precisa ser rateado para o condomínio pagar suas contas. Então, tem algumas medidas que se tornam imediatas e têm as medidas que são para a partir do dia 8”, pontuou.
A defesa dos empresários, via ofício entregue aos prefeitos, pede que seja criada uma flexibilização para que os segmentos de comércio de bens, serviços e turismo e industrial voltem a funcionar com os devidos protocolos criados pelos profissionais da saúde.
Ainda de acordo com Baiocchi, as atividades econômicas precisam voltar a funcionar, mas as pessoas precisam, também, compreender o momento que o país passa ante essa pandemia e fazerem sua parte no que se refere às medidas sanitárias.
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“Nós sabemos que leitos é um caminho, mas a responsabilidade de todo cidadão é outra. Nós precisamos que as pessoas entendam que o tripé básico disso tem que funcionar, que é distanciamento, máscara e álcool. Se as pessoas não utilizarem esse tripé, pode colocar um milhão de leitos que vai continuar faltando”, ressaltou.
O empresário afirmou ao Diário de Goiás que os prefeitos de Goiânia e Aparecida de Goiânia concordaram que a demanda levada por eles, empresários, pode ser colocada em prática no próximo dia 8, já que seguiria com rigor as medidas proferidas pelos cientistas para o combate à proliferação do vírus.
“Acharam que foi muito propositiva e equilibrada, entenderam que a gente pode, a partir do dia 8, voltar às atividades comerciais com as regras que nós sugerimos, com as restrições que a gente entende que ainda é necessária ter, e com certeza o novo decreto para as atividades a partir do dia 8 deve vir com alguma flexibilização”, declarou.
Além da flexibilização para alguns setores, Baiocchi defende também um toque de recolher, para ele é preciso “realmente parar um momento a cidade” para frear os casos de covid-19.
“Os bares, esses horários, já estavam funcionando até às 22h. Então a sugestão nossa é que das 22h às 5h da manhã não funcione nada. Só farmácia e a área da saúde. Postos de gasolina, supermercados, lojas de conveniência. Nada! Tudo fecha das 22h às 5h”, concluiu.
As sugestões, de medidas e protocolos, apresentadas pelos empresários para serem seguidas são:
a) Urgente aumento de leitos para tratamento de Covid 19;
b) Aumentar a frota do transporte público para não causar aglomeração dentro dos ônibus, como foi detectado na manhã do dia 1º de março;
c) Toque de recolher das 22h às 5h, podendo funcionar apenas farmácias e unidades de saúde;
d) Toque de Recolher de sábado das 22h até 5h de segunda feira para todo o segmento do comércio, podendo funcionar apenas farmácias e unidades de saúde;
e) Autorização para funcionamento das atividades administrativas do Sistema “S”, tendo em vista que possuem unidades em regiões do Estado de Goiás onde não foram decretados lockdown e prestam serviços assistenciais à sociedade;
f) Liberação para funcionamento na forma essencial do segmento de óptica, sendo extensão do setor da saúde;
g) Autorizar como essencial segmento de Informática e TI;
h) Autorização para que os profissionais liberais retornem às atividades de imediato;
i) Funcionamento de shoppings centers das 12h às 20h de segunda a sábado, permanecendo fechado até segunda feira ao meio dia, inclusive praça de alimentação.
j) Funcionamento da região da Rua 44 de quarta à sábado das 7 às 15hs;
k) Funcionamento de segunda a sábado dos bares e restaurantes até as 22hs;
l) As lojas de conveniência dos postos de combustível poderão funcionar até as 22 horas, sendo proibido o consumo de bebidas e alimentos no local;
m) Permissão para cultos e missas com o máximo de 30% da capacidade até as 22h;
n) Autorização para funcionamento das feiras livres seguindo todos os protocolos estabelecidos pelos órgãos de controle.
o) Autorizar a utilização de academias e piscinas para prática esportiva em condomínios, com horário marcado e tempo delimitado, observando a ocupação máxima de 30%. Proibição para uso de desfrute. As quadras poliesportivas deverão ter uso restrito ao grupo familiar que resida na mesma casa. O uso de quadras de tênis deverá ser agendado, não podendo ter fila de espera, devendo ter intervalo de 20 minutos entre o término e início das aulas.
p) Funcionamento da Construção Civil e de sua cadeia de fornecedores, uma vez que a atividade não gera aglomerações e serão orientados para um protocolo mais rigoroso.
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