Até às 11 horas de hoje, ao menos quatro pessoas ligadas ao ex-presidente Bolsonaro foram presas pelo Brasil
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (3), em Brasília e outros locais do Brasil, ao menos quatro pessoas envolvidas com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Dentre as investigações e acusações estão as suspeitas inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, prendeu o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Mauro Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, ex-chefe do Executivo no curso de formação de oficiais do Exército, e cresceu no governo passado, indo de major a tenente-coronel. Segundo reportagem do O Globo, Mauro Cid assumiu o papel de “conselheiro-geral” de Bolsonaro durante sua passagem pelo governo federal, mas, nos bastidores, ele chegava a interferir em temas relacionados a economia, meio ambiente e saúde.
Além de Mauro Cid, foram presos: o policial militar Max Guilherme (foto), que atuou na segurança do ex-presidente, é ex-sargento do Bope do Rio de Janeiro e concorreu ao cargo de deputado federal, não sendo eleito; o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, que também foi candidato em 2022 pelo PL a deputado estadual no Rio de Janeiro em 2022 e que se apresentava como “01 do Bolsonaro” na campanha; e Adriano Poffo, Prefeito de Ibirama (SC), “cidadão de bem” preso em Santa Catarina acusado de envolvimento em um grande esquema de corrupção.
Bolsonaro, por sua vez, não foi alvo de mandado de prisão, foi chamado a prestar depoimento ainda nesta quarta, mas afirmou que não vai. Apesar disso, uma de suas residências foram alvo de buscas e apreensão em Brasília, seu celular foi apreendido e foi constatado que sua carteira de vacinação foi adulterada.
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A inclusão dos dados falsos na carteira de vacinação de Bolsonaro e de várias outras autoridades e, até mesmo de sua filha Laura, ocorreu entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
Ao todo são 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.