O isolamento social está sendo adotado em todo o Goiás por conta do novo coronavírus. Neste sentido, o acesso à internet tem proporcionado uma experiência aos estudantes residentes em aldeias indígenas e continuam recebendo as aulas por meio de aulas não-presenciais.
Tanto os alunos das escolas indígenas localizadas dentro das aldeias, como aquelas escolas regulares que atendem estudantes indígenas estão recebendo rotineiramente conteúdo dos professores por meio das plataformas digitais.
“Estamos acompanhando as atividades pedagógicas nas escolas indígenas e elas estão acontecendo com tranquilidade. Os estudantes estão recebendo as atividades por vídeo e WhatsApp”, afirmou a gerente de Educação do Campo, Indígena e Quilombola da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Valéria Cavalcante.
Escolas indígenas
Segundo a gerente, as aldeias das três escolas indígenas de Goiás – em Minaçu, Rubiataba e Aruanã – possuem acesso à internet, o que facilita a comunicação entre estudantes e professores. A comunidade localizada em Minaçu, do povo Avá-Canoeiro, teve o serviço instalado meses antes da pandemia, após solicitação da Seduc.
Como essas aldeias estão atualmente fechadas, a fim de se protegerem contra a disseminação da Covid-19, alguns estudantes e professores da própria aldeia mantêm contato presencial e compartilham atividades didáticas. “No Avá-Canoeiro, por exemplo, são nove pessoas que convivem entre si, pois são uma família”, explicou.
Escolas regulares
Os indígenas que estudam em escolas regulares, fora de suas aldeias, continuam sendo acompanhados pelos professores intérpretes, por meios virtuais. Esses profissionais auxiliam os estudantes na aprendizagem da Língua Portuguesa e da Língua Indígena, em relação à leitura, oralidade, escrita, interpretação e numeramento.
“Uma parte desses indígenas, que vive em itinerância, voltou para seus territórios, e o professor intérprete orienta o aluno de forma on-line. Outros ficaram na cidade e são acompanhados do mesmo jeito. Alguns estudantes moram junto com os professores, porque muitos são familiares ou são da mesma aldeia”, relatou Valéria.
Educação indígena: características
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), os povos indígenas têm direito a uma educação bilíngue, diferenciada, específica e intercultural. Ou seja, a educação indígena segue conteúdos didáticos, currículos e programas diferenciados que se adequem à realidade das comunidades.
O fortalecimento das práticas culturais e da língua materna de cada comunidade é um dos objetivos da educação indígena. A reafirmação das suas identidades étnicas e o acesso a conhecimentos técnicos e científicos também são pontuados pela legislação como propósito da educação indígena.
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