No discurso mais exaltado da noite, Doria, que foi recebido no palco ao lado de Tomás com fogos de artifício e ao som de uma bateria de escola de samba, exaltou as prévias presidenciais do PSDB, atacou o presidente Jair Bolsonaro e o PT e minimizou o excesso de participantes no evento. “Não estamos mais em quarentena em São Paulo. Estamos em um período de obediência ao uso de máscara e ao distanciamento, mas já não estamos em quarentena”, afirmou.
A manifestação ocorreu após o governo paulista dissolver o Centro de Contingência do Coronavírus depois de manter as medidas de flexibilização no Estado.
Em seu primeiro discurso como filiado ao PSDB, Tomás se emocionou ao falar do pai. “Acompanhei a trajetória do meu pai desde muito pequeno, quando ele passou pela Assembleia Legislativa, pela Câmara, secretário do Meio Ambiente, vice – prefeito a convite do João, e depois prefeito. A gente sabe que a trajetória dele seria muito mais longa, mas infelizmente ele nos deixou. O legado fica para todos nós. A gente sempre falava sobre política. Ele era um amigo, uma pessoa muito especial”, disse o filho de Bruno Covas.
Doria, por sua vez, praticamente “lançou” Tomás candidato à prefeitura de São Paulo. “Aqui está sentado um futuro prefeito da capital de SP: Tomás Covas. Ele está trabalhando duplamente conosco. Estuda de manhã e fica das 15h até 23h. Se a mãe dele não me der uma chicotada, mas em mim do que você, Tomás, nós vamos em frente”, disse Doria em sua fala. Em seguida, o governador emendou: “Tomás está aprendendo gestão. A partir de 21 anos, você já sabe que pode ser candidato”.
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A casa de shows alugada pelo PSDB foi decorada com faixas e banners que pediam Doria presidente, (o atual vice) Rodrigo Garcia governador e (o presidente municipal do PSDB) Fernando Alfredo senador. Em clima de prévias, Doria marcou posição contra Bolsonaro e disse que São Paulo é a terra da vacina, e não da cloroquina.
Em uma passagem de sua fala, o governador mandou um recado ao presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que estava no palco. “Quando levaram a proposta de prévias ao nosso Bruninho Araújo, talvez algum desenganado tenha dito: o governador não quer prévias. Mas eu adoro prévias. Eu sou filho das prévias”, afirmou Doria, que em seguida prometeu: “não faremos uma campanha divisionista”.
As prévias que definirão o candidato do PSDB à Presidência da República estão marcadas para o dia 21 de novembro e até agora quatro nomes se apresentaram: Doria, o senador Tasso Jereissati (CE), o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arhur Virgílio.
Segundo a assessoria do Palácio dos Bandeirantes, Tomás Covas está fazendo um estágio itinerante no governo paulista e a ideia é que ele passe pelas principais secretarias.
Em entrevista na saída do evento, Doria disse que os seus adversários nas prévias são “amigos” que estarão unidos contra Lula e Bolsonaro e exaltou o apoio declarado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao seu nome.
“Em três vezes consecutivas no prazo de uma semana o ex-presidente reafirmou que seu candidato nas prévias somos nós. Eu respeito o presidente Fernando Henrique, que vai completar 91 anos de idade. Não é razoável desmerecer a opinião de um homem que é um ícone.”