O Congresso Nacional está debatendo um tema que tem sido discutido em diversos países: a taxação dos super-ricos como forma de garantir investimentos públicos e promover justiça social.
O Governo Federal enviou ao Congresso um projeto que reduz o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e estabelece uma nova cobrança para quem possui renda anual acima de R$ 1 milhão. A proposta, no entanto, ainda aguarda análise dos parlamentares.
A BBC News Brasil conversou com especialistas sobre o assunto. De acordo com a repórter Letícia Mori, “seria possível arrecadar quase R$ 42 bilhões por ano com a criação de um imposto mínimo de 2% sobre o patrimônio dos 0,2% mais ricos da população”. A estimativa é do Made (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP), com base em dados do PNAD e da Receita Federal.
O estudo aponta que essa cobrança atingiria um grupo pequeno de pessoas: cerca de 267 mil brasileiros com patrimônio médio de R$ 13 milhões.
O pesquisador Guilherme Klein destaca que, por exemplo, um grupo de 1% da população que ganha entre R$ 10 mil e R$ 12 mil paga atualmente uma alíquota efetiva de cerca de 12%. “A ideia é aproximar a alíquota efetiva dos super-ricos à desses outros grupos que ganham muito menos”, explica.
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Por outro lado, a economista Zenia Latif, sócia da Gibraltar Consulting, afirma que a medida pode ter efeitos negativos, como a fuga de investimentos e o aumento da evasão fiscal nos países que adotarem esse tipo de taxação.
A proposta está sendo debatida também em nível internacional. A intenção é que os países do G20 discutam a criação de um imposto global mínimo de 2% sobre a fortuna dos bilionários, o que poderia dificultar a transferência de capitais para paraísos fiscais.
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Altair Tavares

Editor do Ciberjornal que sucedeu desde fevereiro de 2025 todo o conteúdo do blog www.altairtavares.com.br . Atuante no webjornalismo desde 2000. Repórter, comentarista e analista de política. Perfil nas redes sociais: @altairtavares