Especial • atualizado em 17/07/2020 às 15:52

Florestas urbanas são preservadas em Goiânia

O conceito de urban forestry surgiuem 1960 no Canadá para designar a arborização de uma cidade. Países como a Finlândia e a Alemanha consideram floresta urbana apenas as áreas de florestais nativas que se situam dentro ou próximas ao perímetro urbano, enquanto os Estados Unidos utilizam o termo de modo geral para qualquer tipo de fragmento, seja nativo ou projetado. No Brasil, o termo ainda é pouco explorado, mas no mês em que se comemora o Dia de Proteção às Florestas, celebrado em 17 de julho, vale ser lembrado para ressaltar bons exemplos de preservação.

A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que uma cidade tenha pelo menos 12 m² de área verde por habitante. Goiânia supera em quase oito vezes esse índice, pois possui 94 m² de área verde por habitante. Sua dimensão urbana é de 728,841 km² e possui mais 1,5 milhão de m² em áreas verdes, divididas em 191 parques, bosques e áreas de preservação permanente (APP). Porém, dentro da capital, há redutos que elevam esse número às alturas. Com 678 m² de área verde por habitante, o Residencial Aldeia do Vale é um deles, tendo 56,5 vezes mais que o recomendado pela ONU. O condomínio horizontal possui 1.500.000 m² de área verde comum e 18 lagos, investindo periodicamente na preservação da sua riqueza natural. 

O lugar foi desenvolvido justamente com esse propósito de oferecer o contato intenso com a natureza, mesmo dentro de uma cidade em pleno desenvolvimento. O engenheiro agrônomo Elton Carlos Gonçalves é supervisor técnico responsável pelo Núcleo de Paisagismo e Meio Ambiente da Associação dos Amigos do Residencial Aldeia do Vale (Saalva) e explica que é preciso organização para cuidar de toda essa área verde. “Temos uma programação anual e um plano de manejo sazonal, com as especificidades para cada época do ano para podermos tomar decisões adequadas e evitar retrabalhos”, afirma.

Ele explica que de acordo com a estação do ano um tipo de serviço é feito no condomínio. “Por exemplo, no outono e no inverno realizamos podas, visto que as plantas estão com menos folhas e a energia hibernada para brotar na primavera. Na época de estiagem temos que intensificar a irrigação, devido ao clima seco e a baixa umidade da nossa região nessa época”, exemplifica Elton sobre o cronograma de atividades de seu núcleo de paisagismo.

Benefícios

Leia Também

Um estudo de cientistas britânicos sugere que viver em uma área urbana com espaços verdes tem um impacto positivo no bem-estar mental dos habitantes de cidades. Os pesquisadores, da Universidade de Exeter, constataram que passar a morar em um local com áreas verdes gera um efeito positivo duradouro, enquanto que aumentos de salários ou promoções no trabalho, por exemplo, fornecem apenas efeitos positivos de curto prazo.

O estudo, divulgado na revista Environmental Science & Technology, também constatou queda na saúde mental em pessoas que passaram a viver em ambientes com menor contato com a natureza. A possibilidade de viver em contato constante com a natureza é uma motivação diária para Elton no desempenho de sua profissão. “É muito valoroso, para mim não é trabalho, é presente de Deus. Tenho amor à minha área e à minha profissão”, ressalta. 

O condomínio horizontal possui espécies como jacarandás, ipês, goiabeiras, jabuticabeiras, pinheiros, flamboyants e bougainvilles. Uma flora tão rica também atrai uma diversidade de fauna como emas, araras, beija-flores colibris, tucanos, borboletas entre outros. “Nossa flora é riquíssima, sendo a maioria de plantas nativas do cerrado e algumas exóticas, como a callistemon, popularmente conhecida como Escova-de-garrafa e que atrai beija-flores, ave que é o símbolo do Aldeia do Vale”, complementa Elton.

O arquiteto Paulo Renato de Moraes Alves ressalta que foi exatamente essa característica de harmonia entre flora e fauna que chamou sua atenção no condomínio. “O que mais me encanta nas áreas verdes do Aldeia é que elas são compostas por vegetação nativa, o que acaba atraindo a fauna, vários tipos de pássaros vêm pra cá. Em outros condomínios, em outros espaços, existem muitas árvores de outros países, que só servem para enfeitar e aqui o ecossistema funciona, existe uma troca entre fauna e flora. Pra mim essa é a característica ímpar do Aldeia”, salienta ele, que mora há 10 anos no residencial.

 


Leia mais sobre: Especial

Recomendado Para Você