Passou em todos os meios de comunicação. Notre Dame de Paris, o monumento mais visitado em toda a Europa, estava em chamas. Os parisienses acorriam em terror para as margens do rio Sena, incrédulos, a verem a sua joia, um dos seus símbolos nacionais a serem engolidos pelas chamas. Por todo o mundo, o choque, o horror, perplexão. Como fora isto possível? Pelas redes sociais esparralham-se partilhas de imagens, vídeos, reações de pessoas ao evento. Quem não viu a queda do pináculo central da igreja, “oh mon Dieu!”, ouviu-se as pessoas exaltar com tal terrível visão.
Das pessoas mais simples, até aos altos representantes de estado, as reações foram rápidas. Donald Trump, presidente dos EUA, assim que soube da tragédia, veio ao Twitter expressar o seu horror e solidariedade com os Franceses e com os Europeus. O mesmo fez Jair Bolsonaro, entre muitos outros líderes mundiais, independentemente seus credos. Os ricos franceses, em pouco tempo, doaram milhões para a reconstrução da famosa igreja medieval.
Parece que é uma daquelas tragédias que une todos em volta do mesmo sentimento. Só que não. Ainda que muitos não cristãos se sentissem horrificados com as imagens de Notre Dame a arder (posso dar o meu caso, a exemplo), muitos foram, os que de forma publica, vieram mostrar o seu agrado por ver o trágico evento. De um lado, ativistas (para não os chamar de extremistas) islâmicos demonstraram o seu contentamento, uns sob a forma de texto, nas redes sociais, outros na forma de vídeos do edifício em chamas, exclamando de felicidade. Alguns foram mesmo apanhados, em fotografias, com um ar satisfeito, no meio da multidão em Paris. Chocante ver tais manifestações de intolerância e de alegria pela miséria alheia, mas, em alguns casos (como o caso do ISIS) já seriam de esperar.
Mas não só islâmicos, ou pessoas alheias à cultura europeia/ocidental demonstraram contentamento pelo ocorrido. Também de pessoas da nossa cultura, europeus, o fizeram. Desde pessoas anonimas, a pessoas publicas, como o caso do sueco Alex Schulman, demonstraram contentamento e felicidade pela tragédia. Todos, algo em comum: o liberalismo ideológico de extrema esquerda. Estes casos, na minha opinião, são mais graves ainda que os supramencionados. O que motiva a maioria destas pessoas, é o desprezo por aquilo que representa ou simboliza o Catolicismo, o Cristianismo. Ao verem Notre Dame a arder, sentem o coração quente por verem algo que é muito querido aos cristãos franceses (bem como aos europeus e mundialmente) ser destruído. Assim o dita as suas ideologias, liberais, ultra culturais, desprovidas de Deus. Pena o seu intelecto e superioridade cultural não lhes permitir ver o legado cultural, de toda uma europa, 800 anos de história, que se perdem naquelas chamas. Pena que as suas ideias igualitárias, de respeito pelas diferenças dos outros (e que os levam muito das vezes a defender a integração do primeiro grupo citado), seja esquecido para o principal grupo de cidadãos de França: os franceses católicos. Talvez se fosse uma madraça a reação fosse diferente.
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O incendio Notre Dame foi uma tragédia horrível, e que deveria unir qualquer um, independentemente do credo, cultura ou nacionalidade. É a perda de um monumento religioso, mas também de história, arte de cultura. E é em momentos como estes que se vê a união de um povo, de um continente, de um mundo. É também num momento como este que se vê onde mora a hipocrisia de um mundo, e a falta de vergonha também.
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