A Comissão de Direitos do Consumidor da Câmara Municipal de Goiânia, debateu antes do recesso parlamentar, possibilidades de ações para apurar o descaso do poder público com o acúmulo desordenado de fios e cabos abandonados em postes da cidade. O tema foi debatido em audiência pública realizada no dia 11 de julho, com foco nos riscos à segurança da população e na responsabilização das empresas envolvidas.
Presidente da comissão, o vereador Coronel Urzêda (PL) afirmou que o cenário atual representa ameaça concreta à integridade física dos cidadãos. “Há uma malha caótica de cabos de telefonia, de internet e de energia, que oferece risco real de acidentes, de choques, de ferimentos, de quedas de postes e de incêndios”, alertou.
Também integrante do colegiado, o vereador Cabo Senna (PRD) defendeu a responsabilização das empresas pelo abandono de cabos inativos e pela falta de manutenção adequada. O vereador Sargento Sanches da Federal (PP) também participou do debate.
A audiência reuniu representantes do poder público e de empresas concessionárias e prestadoras de serviços. Estiveram presentes o secretário municipal de Eficiência, Fernando Peternella; o coordenador municipal da Defesa Civil, Robledo de Faria; o representante do Corpo de Bombeiros, Coronel Andrade; a diretora-geral do Samu, Jaqueline Leão; o presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB-GO, José de Morais Neto; além de representantes do Sindinformática e das operadoras Vivo, Tim e Fibra.
Durante os debates, Luiz Eduardo, da Vivo, relatou que a empresa tem sofrido com ações de vandalismo, motivadas pela tentativa de furto de fios – muitas vezes confundidos com cabos de cobre, mas que, na verdade, são de fibra óptica. O problema, segundo ele, impacta diretamente serviços essenciais, como hospitais e escolas.
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Representando a Tim, Fabiana Arruda denunciou o uso ilegal de postes por empresas clandestinas. Ela destacou que a responsabilidade pela fiscalização e ordenamento dos fios é da Equatorial, concessionária de energia, e não das operadoras.
Ibrahim Boufleur, do Sindinformática, reforçou a crítica à Equatorial. “Ela cobra aluguel dos postes das operadoras, mas não fiscaliza nem retira equipamentos de empresas piratas, que atuam ilegalmente e geram concorrência desleal”, apontou.
Celso Mendes, da Evolution Internet, lembrou que muitas empresas já participaram da retirada de toneladas de cabos desativados no Projeto Cidade Limpa, mas que a ação precisa ser retomada com mais firmeza.
Representante da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Ana Paula defendeu a substituição da fiação aérea por redes subterrâneas, especialmente nas áreas com grande arborização. Ela informou que a Amma monitora e substitui árvores que representam risco, principalmente durante o período chuvoso.
Encaminhamentos da comissão:
- Solicitação à Prefeitura de Goiânia para retomar o Programa Cidade Limpa, Cidade Segura;
- Proposta de abertura de uma CEI para investigar a omissão de autoridades e empresas na manutenção dos postes;
- Notificação oficial das operadoras de telefonia e internet, bem como da Equatorial, para adoção de providências imediatas;
- Solicitação ao Procon para autuar empresas omissas;
- Encaminhamento ao Ministério Público, considerando os riscos à segurança pública.
A Comissão pretende dar continuidade à apuração e reforça que o problema exige ação conjunta e imediata para garantir a segurança dos goianienses e a preservação do espaço urbano.
Com informações do portal de noticias da Camara Municipal de Goiânia
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Altair Tavares

Editor do Ciberjornal que sucedeu desde fevereiro de 2025 todo o conteúdo do blog www.altairtavares.com.br . Atuante no webjornalismo desde 2000. Repórter, comentarista e analista de política. Perfil nas redes sociais: @altairtavares