Goiás • atualizado em 02/02/2019 às 16:16

Balsa interditada deixa população ilhada em distrito a 200 quilômetros da capital

Sem balsa, travessia está impossível.
Sem balsa, travessia está impossível.

A população do distrito de Lavrinhas de São Sebastiãoy, localizado na cidade goiana de São Luiz do Norte, a 236.4 km da capital, entre as cidades de Ceres e de Uruaçu,  está sofrendo com o isolamento e com dificuldade de acesso à cidade sede. Isso ocorre por que desde quarta-feira, 30 de janeiro, uma balsa que fazia ligação entre a cidade e o distrito foi interditada pela Marinha por falta de manutenção. 

Como não existe ponte entre o distrito e o município, que são separados pelo Rio das Almas, a balsa era o melhor caminho via GO-338. Com a interdição dela, a população tem que dar uma volta de mais de 100 km, pela BR-153, para ir ao trabalho, à escola e fazer suas atividades normais. O percurso pelo caminho normal seria de 12 km. 

Segundo Selmo Luiz Correia, 46 anos, balseiro que comandou o trajeto de 1992 até o dia da interdição, a Ética – empresa responsável por sua manutenção – abandonou o trabalho no dia 11 de outubro por falta de pagamento da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), antiga Agetop. “Eles nos avisaram, nós cumprimos aviso e o serviço foi encerrado. 

Para a população não ter mais prejuízo, resolvemos continuar fazendo a travessia por nossa conta e com a ajuda da população para abastecimento e manutenção”, explica Luiz. Ele passou a cobrar R$ 5,00 por moto e R$ 10,00 por carro para arcar com os custos e continuar a fazer a travessia. Carroças, bicicletas, pedestres e cavalos não pagavam para utilizar o meio de transporte, que já chegou a atender cerca de 500 pessoas por dia. 

Desde a interdição, o  gerente de uma propriedade rural que fica próximo a Lavrinhas, Sebastião Venâncio Barbosa, está tendo que trazer 37 trabalhadores que moram São Luiz do Norte para que o trabalho não seja interrompido. Mas não sabe até quando será possível bancar a despesa.  “Essa situação não poderia chegar a este ponto. Estamos indignados porque o custo e o tempo para se andar 100 quilômetros todo dia para ir ao trabalho pode inviabilizar nossos empregos”, diz. Ele e os moradores estão se organizando para fazer uma manifestação no sábado pela manhã em busca de providências. 

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