O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) fechou o ano de 2019 com superávit de R$ 65 milhões. O resultado é inédito nos últimos cinco anos já que desde 2014 o instituto estava com as contas anuais no vermelho.
Segundo informações repassadas pelo Ipasgo, ao total, houve um crescimento positivo na receita de 26%, que representou R$ 359,3 milhões a mais. Já os gastos com despesas operacionais foram reduzidos em 12%.
De acordo com o órgão, em janeiro do ano passado, o instituto apresentava um déficit de R$ 152.839.673,92. Ainda segundo eles, havia saldo a receber do Governo do Estado que se acumulava, desde 2002, e estava na casa de R$ 183,4 milhões referentes aos programas de saúde desenvolvidos instituto.
O Ipasgo também estava com dívidas junto aos prestadores de serviços credenciados, que estavam sem receber há quase quatro meses. Os atrasos eram referentes ao período de setembro a dezembro de 2018 e os valores chegavam a R$ 122,9 milhões. O não pagamento poderia, inclusive, inviabilizar o atendimento de cerca de 627 mil usuários, que utilizam o plano em todo o Estado.
O presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes, afirma que o órgão estava gastando, por mês, R$ 10,5 milhões a mais do que era arrecadado. “A projeção inicial para 2019 era de crescimento do déficit, caso medidas modernas de gestão não fossem aplicadas. No entanto, tomamos medidas sérias e transparentes e conseguimos reverter esse quadro”.
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Medidas
De acordo com Silvio, as primeiras medidas tomadas visavam a redução dos custos operacionais do órgão. Após a revisão de contratos, acordos, convênios e parcerias, o órgão alcançou, ainda no primeiro semestre, uma economia de, em torno, de R$ 50 milhões nos gastos com despesas administrativas.
Também foram iniciadas negociações com o governo de Goiás para o repasse das contribuições, que foram deixadas em atraso pela gestão anterior. Entre outubro e dezembro de 2018, não foram repassados R$ 89,262 milhões ao órgão. Além de quitar as dívidas, o governador Ronaldo Caiado regularizou os repasses.
De acordo com o órgão, pela primeira vez, após 18 anos, o Governo de Goiás pagou regularmente, dentro do exercício anual, os valores referentes ao Programa de Apoio Social (PAS), aos serviços assistenciais prestados a vítimas do Césio 137 ou pensionistas e os gastos referentes a aposentados antes da emenda Constitucional de 19/1997. Os pagamentos referentes ao período de janeiro a dezembro de 2019 somaram cerca de R$ 17.564.214,26 a mais no caixa do Ipasgo.
“O Ipasgo cortou gastos, modernizou a gestão e saiu de um déficit operacional para um superávit. Hoje, o Ipasgo está sustentável, viável e o usuário tem segurança no atendimento”, garante Silvio. Além dos ajustes nas finanças, medidas para coibir fraudes auxiliaram na recuperação financeira.
Investigações
E além do corte de gastos e modernização dos recursos, ao longo do ano, desvios de recursos descobertos pelas auditorias internas culminaram nas operações policiais Morfina e Metástase, que investigam fraudes que podem ter desviado mais de R$ 500 milhões do órgão entre 2011 e 2018. “Sabemos que esses casos emblemáticos de fraudes e desvios impactaram negativamente nos gastos assistenciais dos últimos dez anos. Mas agora estamos atuando para corrigir desvios e evitar desperdícios. O governo de Goiás está estabelecendo novas ferramentas de controle, de gestão de riscos e isso vai favorecer cada vez mais as contas do Ipasgo”.
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