De olho na PEC • atualizado em 08/08/2023 às 16:31

Ronaldo Caiado volta a pedir união sobre Reforma Tributária no Senado

Para o governador, o debate deve existir, mas não se deve criar qualquer sentimento separatista
Caiado pontuou que a formatação do atual texto, aprovado na Câmara dos Deputados no início de julho, gerou "estresse". (Foto: Wesley Costa)
Caiado pontuou que a formatação do atual texto, aprovado na Câmara dos Deputados no início de julho, gerou "estresse". (Foto: Wesley Costa)

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, mostra como o Executivo goiano atuará durante a tramitação da Reforma Tributária no Senado Federal, iniciada há cinco dias e voltou a pedir uma reunião com governadores sobre a PEC no Congresso. “Lutar por seu estado é um direito de cada governador. Agora lutar por Goiás não significa que eu tenha que diminuir outros estados”.

Em entrevistas concedidas aos canais AgroMais e Jovem Pan News, na última segunda-feira (7) e nesta terça (8), Caiado pontuou que a formatação do atual texto, aprovado na Câmara dos Deputados no início de julho, gerou estresse entre os governadores por não ter uma “visão global de Brasil” e que não se pode perder o foco principal, que é a preservação da federação.

Para o governador, o debate deve existir, mas não se deve criar qualquer sentimento separatista. “Essa é a cultura que sempre defendi e continuarei defendendo”, reforça. “Quando você constrói uma reforma, não se pode tentar qualificar estados mais e menos importantes. Não quer dizer que possa se criar uma exclusão de vozes de algumas regiões do país, priorizar A em detrimento de B”, disse Caiado.

Reforma Tributária

O governador de Goiás afirmou que estará presente em Brasília tanto em audiências temáticas a serem convocadas no plenário do Senado como nas abertas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa.

“Imagino que vamos derrubar a criação do Conselho Federativo. Não tem lógica nós, governadores, eleitos pelo povo, ficarmos na dependência de um conselho de 54 membros, que sofrerá influências”, analisa.

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Segundo Caiado, o governo é pendular e pode ir para outras mãos no futuro. “Não podemos concentrar poderes e quebrar o pacto federativo. Vejo que daremos conta de sensibilizar senadores e derrubar a concentração de poder na União”, projetou.

Caiado, ainda, indaga que gostaria de perguntar aos ‘iluminados’, que fazem reforma no papel e que nunca governaram nada, que deem um exemplo de Conselho Federativo existente no mundo ou onde se tem o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que deve ser gerido por estados e municípios, de acordo com o atual texto da reforma, com tarifa igual para todos.

“Essa situação, que sequestra estados e municípios, não pode desviar o foco. Temos de lutar para fortalecer os entes federados”, salientou Caiado, ressaltando o crescimento da economia de Goiás em 2022, de 6,6%, em comparação ao do Brasil no mesmo período, que foi de 2,9%. Os dados são do Instituto Mauro Borges (IMB).

Diferenças

Para o chefe do Executivo goiano, a Reforma Tributária, se aprovada nos atuais moldes, criará estados mais poderosos e outros mais enfraquecidos. Caiado é enfático ao dizer que não se pode admitir no Brasil que outros estados não possam crescer, pois a pobreza existe em todo território, em números diferentes.

“As oportunidades de emprego existem mais no Sudeste e no Sul, onde terá mais consumo, em comparação ao Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Temos de acalmar as posições de todos os governadores e entender que tentam criar uma rotura entre nós e isso não é bom em nenhum lugar”, concluiu Caiado.

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