Com um histórico de vida nada confortável, a jornalista iraniana Narges Mohammadi ganhou o Prêmio Nobel da Paz, anunciado nesta sexta-feira (6). O evento, realizado em Oslo, capital da Noruega, consagrou a ativista “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.
“Mulher, Vida, Liberdade” foi o slogan usado pelo comitê que anunciou o nome de Narges como vencedora. O fato da iraniana não ter um histórico “confortável” é que, diferente do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que tem seus privilégios e era um dos cotados para receber o Nobel da Paz, Mohammadi, por ser uma das mais destacadas ativistas iranianas pelos direitos humanos, está presa no Irã.
Narges cumpre várias penas no total de 12 anos e é acusada, entre outros crimes, de difusão de propaganda contra o Estado. Além disso, o regime do Irã já deteve a ativista 13 vezes, condenando-a por cinco vezes e sentenciando-a a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas.
Mesmo assim, Narges Mohammadi continua sua luta, sendo vice-presidente da organização Centro de Defensores dos Direitos Humanos, organização não governamental. Pelo Novem da Paz, o comitê norueguês também destacou essa “luta corajosa” da jornalista pela liberdade de expressão, que lhe trouxe tais “enormes custos pessoais”.